Ibovespa sobe com apoio de Vale e caminha para mais uma alta semanal

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa avançava pelo sexto pregão seguido nesta sexta-feira, em retorno de feriado de Corpus Christi, com suporte de Vale e ajudado por expectativa de queda de juros no Brasil no segundo semestre e de interrupção nas altas da taxa pelo Federal Reserve (Fed) semana que vem.

Vale e Petrobras eram as principais influências positivas ao índice, enquanto Suzano e Yduqs estavam na ponta oposta.

Às 11:08 (de Brasília), o Ibovespa subia 1,26%, a 116.946,09 pontos. O volume financeiro da sessão somava 4,6 bilhões de reais.

O índice caminhava para alta semanal de cerca de 3,9%, indo para a sétima semana consecutiva no azul.

"Hoje está sendo um dia absolutamente parado", disse Fernando Siqueira, chefe de research da Guide Investimentos. Ele destacou que o movimento da sessão parece ser de continuidade em relação aos últimos pregões, uma vez que a perspectiva de queda de juros continua a ganhar força e ações de commodities sobem, em especial por expectativa de estímulo na China.

Siqueira também mencionou que pode estar ocorrendo uma recomposição de posições em bolsa pelos fundos, após forte saída recente.

Dados de inflação nesta semana, principalmente o IPCA abaixo do esperado na quarta-feira, voltaram a dar suporte à visão de que os juros devem cair no segundo semestre no Brasil, o que deu novo ânimo às ações na bolsa mais ligadas à economia doméstica.

Analistas da Mirae Asset, porém, escreveram em relatório nesta sexta-feira que, "no mercado, alguns acham que o alívio do IPCA não será suficiente para o Banco Central cortar a taxa de juros no segundo semestre e que a decisão estará na dependência do Conselho Monetário Nacional confirmar as metas (de inflação) no próximo dia 29", conforme comentário enviado a clientes.

No exterior, as atenções estavam voltadas para o Fed, que tem reunião de política monetária na próxima semana, com expectativa majoritária no mercado de manutenção do patamar dos juros. Um dia antes da divulgação da decisão, sai o importante dado de inflação ao consumidor dos Estados Unidos.

Operadores apontam agora 73% de chance de o Fed deixar a taxa básica de juros inalterada em 14 de junho, na faixa de 5%-5,25%, dando uma pausa do mais agressivo ciclo de aperto monetário nos EUA desde a década de 1980.

Em Wall Street, os principais índices de ações subiam nesta sexta-feira entre 0,2% e 0,9%. A véspera também foi de ganhos, quando o mercado brasileiro estava fechado.

DESTAQUES

- VALE subia 1,08%, a 69,41 reais, diante da alta do minério de ferro na Ásia, com sinais de que a maior produtora de aço, a China, está se movendo para apoiar sua economia. O contrato mais negociado em Dalian, na China, subiu 3,4% nas negociações diurnas, a 812 iuanes (114,03 dólares) por tonelada métrica.

- PETROBRAS PN aumentava 1,84%, a 29,4 reais, em meio à leve alta de 0,2% do petróleo Brent no exterior. O contrato, contudo, caiu mais de 1% na quinta-feira, quando o mercado brasileiro estava fechado. A estatal anunciou na quarta-feira à noite a conclusão da venda do Polo Potiguar à 3R. 3R PETROLEUM ON ganhava 2,29%, a 33,94 reais,

- CVC BRASIL ON disparava 12,02%, a 4,66 reais, após o grupo de turismo anunciar a contratação de Citigroup e Itaú BBA para coordenação de uma potencial oferta primária de ações para captar pelo menos 200 milhões de reais.

- YDUQS ON caía 2,21%, a 16,37 reais, em aparente ajuste depois de forte alta recente. A ação saltou 82% desde a divulgação de seu resultado trimestral no início de maio até a véspera.

- ITAÚ UNIBANCO PN mostrava variação positiva de 0,51%, a 27,56 reais, após anunciar investimento de 1 bilhão de reais em projeto de energia eólica da Engie. ENGIE BRASIL ON subia 1,11%, a 43,77 reais. O banco também aprovou distribuição de juros sobre capital próprio aos acionistas de 0,2663 por ação.

- COPEL PNB ganhava 2,73%, a 7,91 reais, sexta alta consecutiva, após a estatal paranaense aprovar o encaminhamento aos acionistas de uma série de mudanças no estatuto que permitiriam a privatização da companhia, prevista para ocorrer no segundo semestre deste ano.

- SUZANO ON cedia 0,68%, a 45,52 reais, e KLABIN UNIT caía 0,65%, a 21,27 reais, entre as poucas baixas da sessão, em meio a novo pregão de queda do dólar ante o real, o quinto em seis sessões, o que prejudica companhias de caráter exportador.

- ENEVA ON exibia alta de 2,31%, a 12,42 reais, terceira alta seguida. Nesta manhã, a companhia disse que iniciou processo de avaliação de potenciais parceiros estratégicos para sua plataforma de ativos de energia renovável, já tendo engajado assessor financeiro para coordenar a operação.

(Por André Romani)