Ibovespa fecha com queda discreta em dia de ajustes à espera do BC
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou com uma queda discreta nesta terça-feira, reflexo de ajustes após encostar nos 120 mil pontos na véspera, com agentes financeiros aguardando o desfecho da reunião de política monetária do Banco Central, com foco principalmente em sinais sobre os próximos movimentos da Selic.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,2%, a 119.622,4 pontos, tendo chegado a 118.415,66 pontos no pior momento. O volume financeiro somou 25,5 bilhões de reais.
O Comitê de Política Monetária anuncia na quarta-feira sua decisão para a taxa básica de juros, com o mercado apostando que ela permanecerá em 13,75%. O foco estará no comunicado a ser divulgado no término da reunião, com muitos esperando que o BC deixe a porta aberta para um corte na reunião seguinte (agosto).
Para o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o Copom provavelmente não sinalizará explicitamente um corte de juros em agosto. Mas ele afirmou esperar que a orientação futura se torne mais neutra e dependente de dados -- "menos hawkish".
Ramos espera um corte da Selic em agosto ou um sinal explícito de uma provável redução em setembro.
Ele afirmou que, no comunicado, prestará atenção especial às projeções do BC para a inflação no final de 2024, ano em que a meta é de 3% e concentra agora o maior peso no horizonte relevante para a política monetária.
"Essas projeções e o balanço geral dos riscos para a inflação serão fundamentais para calibrar a trajetória da taxa Selic, em particular o timing e o espaço para flexibilização da política monetária em 2023-24."
A pesquisa Focus mais recente mostrou mudança na mediana das estimativas no mercado, que passou a ver um corte em agosto, contra previsão anterior de uma primeira redução em setembro. Neste ciclo de aperto, o BC começou a elevar a Selic em março de 2021 e desde setembro do ano passado não mudou mais a taxa.
Investidores também continuam atentos à tramitação da nova regra fiscal no Senado, onde se espera que o texto seja votado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa na quarta-feira após um pedido de vista. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que, uma vez aprovada pela CAE, a proposta irá direto ao plenário.
Em Wall Street, o S&P 500 caiu 0,47% na volta do fim de semana prolongado por feriado nos Estados Unidos na segunda-feira, em meio a expectativas para o discurso do chair do Federal Reserve nesta semana, conforme agentes seguem calibrando apostas para os próximos passos do BC norte-americano.
Notícias da China avalizaram a correção no pregão paulista, com o banco central chinês cortando suas principais taxas de referência de empréstimos menos do que o esperado no mercado, enquanto a recuperação da segunda maior economia do mundo dá sinais de desaceleração.
DESTAQUES
- VALE ON caiu 2,58%, a 67,61 reais, conforme os contratos futuros do minério de ferro caíram na Ásia nesta terça-feira. A Bloomberg também noticiou que o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita lidera a disputa pela fatia de 10% nas operações de níquel e cobre da Vale.
- EMBRAER ON perdeu 4,65%, a 19,26 reais, apesar da batelada de anúncios sobre pedidos de aeronaves e parcerias envolvendo a controlada Eve durante o Paris AirShow, na França. De acordo com analistas do Bradesco BBI, até o momento, os pedidos firmes da Embraer para aeronaves comerciais foram mais fracos em comparação com 2022.
- BRASKEM PNA fechou em baixa de 2,91%, a 30,05 reais, em meio a movimento de correção após forte valorização recente, com a alta no mês alcançando 37,8% até a véspera. Os papéis da petroquímica têm reagido a notícias relacionadas a uma aguardada venda da participação da Novonor na companhia.
- PETROBRAS PN subiu 0,49%, a 30,57 reais, abandonando as mínimas da sessão e renovando máxima histórica de fechamento, apesar da queda dos preços do petróleo no exterior, com o Brent perdendo 0,25%, a 75,90 dólares o barril. Na véspera, as ações da estatal renovam máxima histórica de fechamento, a 30,42 reais.
- RAÍZEN PN ganhou 4,53%, a 4,15 reais, tendo no radar relatório de analistas do Bank of America reiterando recomendação de "compra" para as ações e elevando o preço-alvo de 5,0 para 5,9 reais.
- JBS ON valorizou-se 4,15%, a 19,34 reais, tendo como pano de fundo aprovação pela companhia de 2,2 bilhões de reais em dividendos intermediários, que serão pagos em 29 de junho. No setor de proteínas, BRF ON avançou 4,86%, com o mercado na expectativa sobre potencial aumento de capital.
- BTG PACTUAL UNIT fechou em alta de 2,47%, a 30,66 reais, com analistas do Itaú BBA elevando a recomendação das units para "outperform", com preço-alvo de 38 reais. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN caiu 0,19% e BRADESCO PN subiu 0,23%.
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