Santander vê Ibovespa em 140 mil pontos em 2024; diz que bolsa pode estar em estágio inicial de "bull market"
SÃO PAULO (Reuters) - O Santander enxerga o Ibovespa em 140 mil pontos em meados do próximo ano, avaliando que a bolsa brasileira pode estar nos estágios iniciais de um "bull market" cíclico que pode durar até 18 meses, conforme relatório enviado nesta terça-feira a clientes assinado por Aline Cardoso, responsável pela área de análise e estrategista de ações do banco no Brasil.
"A recente melhora nos dados macroeconômicos e de sentimento sinaliza que as partes complexas do cenário de investimentos estão começando a se alinhar, criando um quadro mais coerente e promissor para as ações brasileiras", afirmou. O prognóstico do banco para o Ibovespa representa uma valorização de cerca de 18% ante o fechamento da véspera.
Entre os argumentos, a estrategista ressaltou que os "valuations" da bolsa brasileira ainda estão um desvio padrão abaixo da média histórica de 15 anos, bem como a visão de que o ciclo de corte de juros deve alimentar uma reclassificação das ações brasileiras. A previsão majoritária no mercado é de que o Banco Central comece a reduzir a Selic em agosto.
Citando estudo próprio, no qual foram analisados os nove ciclos anteriores de flexibilização monetária, Cardoso observou que o Ibovespa subiu, em média, 21% e 43%, 12 meses e 24 meses após o primeiro corte de juros, respectivamente.
Para ela, assim que o BC iniciar o ciclo de flexibilização monetária, a melhora das previsões de crescimento dos lucros para 2024, que começaram a ser revisadas para cima, devem acelerar. Também citou que quando a taxa Selic cair abaixo de 10% deve começar a ocorrer entradas significativa de recursos de investidores pessoa física em fundos de ações.
A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira, mostrou que a maioria dos integrantes do Copom vê chance de iniciar um afrouxamento monetário "parcimonioso" em agosto a depender da continuação do processo desinflacionário em curso. O documento refere-se à reunião da semana passada, a Selic foi mantida em 13,75% ao ano.
Outro componente para a visão mais positiva citado no relatório é que, uma vez aprovado o novo marco fiscal, a prioridade do Congresso passa a ser a aprovação da reforma tributária, que se espera que seja votada na Câmara dos Deputados em julho. Ela cita que, segundo alguns economistas, a reforma pode aumentar o PIB em 20% no longo prazo.
Em evento em São Paulo nesta terça-feira, os presidentes-executivos do Bradesco e do Itaú Unibanco defenderam a reforma tributária e afirmaram que o Brasil passa por uma "oportunidade única" na área econômica.
A estrategista do Santander ressaltou ainda que o posicionamento de investidores locais ainda é leve, com 62% deles ainda com posição em caixa em linha ou acima da média histórica. Já os "hedge funds", acrescentou, encerraram recentemente suas posições vendidas, mas não construíram exposições relevantes em ações.
(Por Paula Arend Laier; Edição de Pedro Fonseca)
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