Samarco investirá R$1,3 bi para dobrar capacidade até 2025 e figurar entre maiores, diz CEO
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Samarco investirá 1,3 bilhão de reais para dobrar sua capacidade atual de produção de pelotas de minério de ferro até o primeiro trimestre de 2025, para 18 milhões de toneladas por ano, permitindo que a empresa volte a figurar entre as três principais produtoras do mercado transoceânico, afirmou à Reuters nesta quinta-feira o presidente, Rodrigo Vilela.
Dentre os projetos, a empresa planeja a construção de uma nova planta de filtragem de rejeito arenoso e aperfeiçoamentos no concentrador.
Do montante total, aproximadamente 248 milhões de reais serão investidos já neste ano e o restante será aportado principalmente ao longo de 2024.
"Com esse investimento, colocamos a Samarco de volta a um patamar de grande produtor global", afirmou Vilela, pontuando que esse passo confirma a continuidade da estratégia da empresa, que planejou uma retomada de produção gradual e focada na segurança nos últimos anos.
A empresa projeta atingir 60% da capacidade produtiva a partir de 2025, atingindo 18 milhões de toneladas de minério de ferro por ano. Atualmente, opera com 30% do total, o que deve subir para 100% em 2028.
A mineradora já havia anunciado no mês passado investimentos totais de 1,6 bilhões de reais em 2023, versus 1,3 bilhão no ano passado, em iniciativas que vão além do aumento da produção.
O avanço vem após a mineradora -- uma joint venture da Vale com o grupo BHP - voltar a operar em dezembro de 2020, depois de cinco anos de paralisação após o colapso de uma de suas barragens de rejeitos, em novembro de 2015.
Após retomar a produção, a empresa abocanhou de volta participação do mercado transoceânico de cerca de 9%, o que tem a expectativa de dobrar até 2025, com o aumento de produção, segundo Vilela.
O executivo destacou que a Samarco tem diferenciais competitivos, incluindo pelotas com baixa emissão de CO2 na comparação com concorrentes.
A planta de filtragem de rejeitos e as melhorias no concentrador representam aproximadamente 560 milhões de reais a serem aportados até 2025, além de 753 milhões de reais para a manutenção e integridade dos ativos.
Para atingir os 60% da sua capacidade produtiva, a empresa utilizará dois concentradores e duas plantas de filtragem de rejeitos no Complexo de Germano (MG), um mineroduto e duas plantas de pelotização no Complexo de Ubu (ES). Todas as estruturas já estão licenciadas desde 2019.
(Por Marta Nogueira)
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