Yellen inicia visita à China com tensão entre os dois lados
Por Andrea Shalal e Yew Lun Tian
PEQUIM (Reuters) - A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, chegou a Pequim nesta quinta-feira, iniciando uma visita de quatro dias que deve se concentrar em estreitar os laços entre as duas maiores economias do mundo, apesar das baixas expectativas de ambos os lados.
Yellen teve uma recepção discreta de uma autoridade do Ministério das Finanças chinês e do enviado dos EUA à China, Nicholas Burns, ao descer do avião logo após uma tempestade.
Ambos os lados estão céticos de que a visita de Yellen possa aliviar muito os laços EUA-China, no entanto, com as autoridades aceitando que ambos os países colocaram a segurança nacional acima dos laços econômicos.
"Especialmente se houver coisas sobre as quais podemos discordar, é ainda mais importante que estejamos conversando", disse uma autoridade dos EUA que viaja com Yellen, falando na chegada a Pequim.
Yellen abordará práticas "injustas" da China, incluindo ações punitivas recentes contra empresas norte-americanas e barreiras de acesso ao mercado, acrescentou a autoridade.
Na sexta-feira, ela se encontrará com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, e com o ex-czar da economia Liu He, que é amplamente visto como um confidente próximo do presidente Xi Jinping.
Antes da visita de Yellen, analistas chineses disseram à mídia estatal que o discurso dela em abril, que classificou a garantia dos interesses de segurança nacional dos EUA e de seus aliados como a base da política econômica com a China, não inspirou otimismo.
Yellen enfatizará que os Estados Unidos não apoiam a dissociação e pedirá maior transparência da China em sua nova lei de espionagem, bem como progresso na resolução do problema da dívida internacional, acrescentou a autoridade norte-americana.
Embora não sejam esperados grandes avanços, autoridades norte-americanas disseram que Yellen pressionará para abrir novas linhas de comunicação e coordenação em questões econômicas e enfatizará as consequências de fornecer ajuda letal à Rússia, uma afirmação que a China rejeitou veementemente.
A tão esperada viagem de Yellen ocorre semanas após a visita do secretário de Estado, Antony Blinken, que concordou com o presidente chinês, Xi Jinping, que a rivalidade mútua não deveria se transformar em conflito, em meio a um congelamento nas conversas entre seus militares.
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