Ondontoprev chega a cair mais de 13% após resultado

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Ondontoprev chegaram a desabar mais de 13% nesta quinta-feira, no primeiro pregão após a divulgação do balanço trimestral, mesmo com alta de 17,7% no lucro líquido no período de abril a junho, para 117,2 milhões de reais.

A companhia também reportou expansão de 9,7% na receita operacional líquida, para 527,7 milhões de reais, enquanto o Ebitda ajustado cresceu 2,8%, para 147,5 milhões de reais. A margem Ebitda ajustada, porém, caiu de 29,8% para 27,9%.

O índice de sinistralidade ficou em 41,3% ante 42,1% no mesmo período de 2022, com o segmento corporativo mostrando alta de 2 pontos percentuais, para 53,6%, enquanto o de pequenas e médias empresas teve aumento de 2,4 pontos, para 30,1%.

Às 13h01, os papéis recuavam 6,76%, a 11,73 reais, entre os piores desempenhos do índice Small Caps, que subia 0,31%. Na mínima até o momento, chegaram a 10,91 reais (-13,28%).

A equipe de analistas do Citi considerou os números fracos, com boas tendências de receita contrabalançadas pela recuperação de DLR (Dental Loss Ratio, sinistralidade odontológica) recorrente e despesas crescentes.

Os analistas escreveram em relatório a clientes que, sem a reversão, a sinistralidade consolidada teria ficado em 42,4%.

"Além disso, continuamos um pouco intrigados com o baixo DLR dos planos individuais, mesmo excluindo o impacto não recorrente das reversões de provisões, que, para ser justo, parece ser explicado por um impacto positivo no mix", afirmaram.

Analistas do JPMorgan também avaliaram que a Odontoprev reportou resultados mais fracos do que o previsto para o segundo trimestre, em desempenho marcado pela continuidade da normalização da sinistralidade e maiores despesas corporativas.

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Mas ressaltaram que as adições líquidas, de 156 mil vidas, foi um ponto positivo, fazendo com que o número em 12 meses chegasse a 294 mil beneficiários.

Para o analista da Guide Investimentos Mateus Haag, a Odontoprev divulgou bons resultados no segundo trimestre, mas os números ficaram um pouco abaixo das expectativas elevadas dos investidores.

Haag ressaltou que a companhia manteve bom crescimento da base de beneficiários, além de ter mantido um mix saudável de clientes corporativos e individuais, enquanto a sinistralidade se manteve baixa - menor do que a média histórica.

"Contudo, a rentabilidade foi corroída por custos e despesas, o que deve desapontar os investidores", acrescentou em relatório enviado a clientes.

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