Nenhum novo membro do banco dos Brics será anunciado em cúpula, diz diretor financeiro

Por Rachel Savage

JOHANESBURGO - O Novo Banco de Desenvolvimento do grupo Brics não anunciará novos membros na cúpula do bloco realizada na África do Sul nesta semana, disse seu diretor financeiro, Leslie Maasdorp, à Reuters nesta quarta-feira.

O banco, que foi criado em 2015 para dar aos membros do Brics --Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul-- uma maior influência no financiamento de infraestrutura do que as instituições lideradas pelo Ocidente, como o Banco Mundial, está interessado em atrair novos integrantes para aumentar sua base de capital, depois que sanções dos Estados Unidos à Rússia prejudicaram seus empréstimos.

O NDB, que agora também tem como acionistas Egito, Bangladesh e Emirados Árabes Unidos, está sob pressão para aumentar a angariação de fundos em moeda local e empréstimos, à medida que os países do Brics procuram reduzir a dependência do dólar e transformar o bloco em um contrapeso ao Ocidente.

"O processo de ratificação de novos países está acontecendo na discussão dos líderes (do Brics), a qual eles estão tendo sem nós do banco", disse Maasdorp à Reuters em entrevista à margem da cúpula.

“Não haverá anúncios esta semana”, afirmou ele, acrescentando que é “provável” que haja mais novos membros se candidatando este ano, mas que o momento depende dos processos políticos dos países que desejam aderir.

Pelo menos 15 potenciais novos membros --incluindo Arábia Saudita, Argélia e Argentina-- estão sendo considerados pelos governos que são acionistas do banco, disse Maasdorp.

O NDB está registrando um programa de títulos em rúpias indianas no valor de 2,5 bilhões de dólares ao longo de 5 anos, depois de ter emitido seu primeiro título em rands sul-africanos na semana passada, disse Maasdorp, também nesta quarta-feira, durante um painel de discussão.

O tamanho da primeira emissão, prevista para este ano, ainda está em discussão, declarou ele à Reuters depois.

Continua após a publicidade

O banco registrará um programa de títulos em reais "quando apropriado" e espera emitir em rublos russos no "médio prazo" sob um programa de 100 bilhões de rublos (1,06 bilhão de dólares) que criou em 2019, disse Maasdorp ao painel. Ele acrescentou que não pode emitir dívida em rublos no momento devido a sanções.

O NDB já levantou 4,5 bilhões de dólares este ano e levantará pelo menos 8 bilhões de dólares até o final do ano, disse Maasdorp à Reuters, acrescentando que está trabalhando na emissão de um segundo título de "referência" em dólares e em mais uma ou duas emissões de iuanes, com tamanhos e prazos ainda a serem definidos.

Deixe seu comentário

Só para assinantes