Ibovespa recua com ajustes após duas altas seguidas; Vale cai mais de 1%
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, em meio a ajustes após avançar mais de 3% nos dois pregões anteriores, com Vale entre as maiores pressões negativas nesta sessão na esteira da queda dos futuros do minério de ferro na Ásia, enquanto Petrobras e Eletrobras ofereciam algum suporte.
Às 11:31, o Ibovespa caía 0,39%, a 117.675,96 pontos. O volume financeiro somava 5,2 bilhões de reais.
No exterior, o foco está voltado para o começo do simpósio anual do Federal Reserve de Kansas City em Jackson Hole, com discurso do chair do Fed, Jerome Powell, previsto para sexta-feira, que pode fornecer pista sobre os próximos passos do banco central norte-americano.
Em Nova York, os pregões não mostravam uma direção clara, com S&P 500 registrando variação negativa de 0,23%, tendo ainda como pano de fundo novos dados sobre a economia norte-americano, bem como resultado e projeções acima das expectativas divulgados pela Nvidia.
No Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou na noite da quarta-feira a medida provisória que reajusta o salário mínimo para 1.320 reais e ainda incorporou correção na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. O texto também traz uma política permanente de valorização do salário mínimo.
De acordo com grafistas da Ágora Investimentos, o Ibovespa foi buscar a resistência dos 118.000 pontos, nível de pressão vendedora que pode forçá-lo a voltar para a tendência de baixa nos próximos dias, visando inicialmente o suporte nos 114.400, mas podendo estender a busca até a região dos 113.000 pontos.
"Do lado superior, em caso de quebra convincente dos 118.000, o índice passaria a mirar no seu topo de curto prazo formado entre 120.700 e 122.000 pontos", afirmaram em relatório enviado a clientes nesta quinta-feira.
DESTAQUES
- VALE ON caía 1,19%, a 62,29 reais, acompanhando o declínio dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia após rali recente. O vencimento mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian, na China, encerrou as negociações do dia com queda de 0,9%, a 811 iuanes (111,39 dólares) por tonelada, após negociar mais cedo perto do pico de dois anos.
- B3 ON recuava 1,97%, a 13,92 reais, corrigindo parte da alta de mais de 5% nos últimos dois pregões. No setor financeiro, ITAÚ UNIBANCO PN cedia 0,69% e BRADESCO PN perdia 1,1%, enquanto BTG PACTUAL UNIT tinha elevação de 0,83%. O Itaú ainda anunciou a venda de sua operação na Argentina.
- ELETROBRAS ON avançava 1,34%, a 37,19 reais, em sessão positiva para empresas de serviços de utilidade pública, com o índice do setor na B3 em alta de 0,67%. SABESP ON valorizava-se 0,78%, a 59,51 reais.
- PETROBRAS PN subia 0,47%, a 32,39 reais, renovando máxima a 32,72 reais, apesar da queda do petróleo no exterior, conforme analistas vêm melhorando visão para as ações. Nesta quinta-feira, o UBS BB elevou a recomendação a "compra", bem como o preço-alvo de 31 para 42 reais, acompanhando movimento similar de BTG Pactual e Bank of America na véspera.
- GOL PN caía 3,55%, a 7,6 reais, e AZUL PN cedia 3,52%, a 15,63 reais, em sessão mais negativa para papéis sensíveis a juros. No varejo, VIA ON recuava 3,07%, a 1,58 real, enquanto MAGAZINE LUIZA ON perdia 1,63%, a 3,01 pontos.
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