Barclays sinaliza grande corte de custos com aumento da pressão sobre margens
Por Lawrence White e Iain Withers
LONDRES (Reuters) - O Barclays embarcará em outra rodada de reestruturação nos próximos meses para mitigar efeitos da pressão de margem causada pela concorrência no varejo e desempenho sem brilho na unidade de banco de investimentos.
Por volta de 11h30 (horário de Brasília), as ações do Barclays caíam 7%, enquanto os rivais Lloyds e NatWest cediam cerca de 2% cada, apesar do segundo maior banco do Reino Unido ter registrado um lucro maior que as projeções.
Enfrentando uma perspectiva pessimista, em particular no mercado doméstico, o Barclays disse nesta terça-feira que está "avaliando ações materiais e estruturais de custo" para ajudar a melhorar a rentabilidade, o que poderia incorrer em despesas pesadas já no quarto trimestre deste ano.
"Esses resultados provavelmente reduzirão ainda mais as expectativas do mercado em relação aos bancos britânicos, e vemos uma leitura negativa para o Lloyds e o NatWest", disseram analistas do JPMorgan.
O presidente-executivo do Barclays, C. S. Venkatakrishnan, disse a repórteres que o banco buscará eficiências em diferentes partes, sem dar detalhes.
O Barclays deu início a uma revisão de estratégia no começo deste ano, com o objetivo de reavivar o preço de suas ações, e já começou a cortar custos, incluindo a demissão de centenas de pessoas. A Reuters ainda informou que a instituição explora opções para sua unidade de pagamentos.
O Barclays divulgou um lucro antes dos impostos para o período de julho a setembro de 1,9 bilhão de libras, abaixo dos 2 bilhões de libras de um ano antes, mas acima da projeção de 1,77 bilhão de libras, com base em consulta a analistas.
O Barclays registrou uma queda de 6% na receita de banco de investimentos, após resultados semestrais igualmente ruins em julho.
Venkatakrishnan, conhecido dentro do Barclays como "Venkat", disse que o banco estabelecerá novas prioridades de alocação de capital e metas de desempenho revisadas junto com os resultados do ano inteiro, em fevereiro, mas que os cortes de custos podem começar mais cedo.
O banco disse que a margem líquida financeira, uma medida-chave de lucratividade, de seu banco de varejo britânico deve ficar entre 3,05% e 3,1%, abaixo da projeção anterior de cerca de 3,15%, à medida que a pressão política para ajudar os poupadores e a inflação rígida restringem a rentabilidade com empréstimos.
(Reportagem de Lawrence White e Iain Withers)
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