UBS reconquista clientes, mas compra do Credit Suisse faz banco ter prejuízo
Por Noele Illien
ZURIQUE (Reuters) - O UBS Group publicou nesta terça-feira prejuízo trimestral de 785 milhões de dólares, pressionado pelos custos de incorporação do rival Credit Suisse.
O grupo registrou entrada líquida de 22 bilhões de dólares em seu braço de gestão de patrimônio, avançando com conquista de novos clientes, enquanto o Credit Suisse viu o dinheiro fluir para seus negócios pela primeira vez desde o início de 2022, quando começou sua descida a um quase colapso.
Analistas do Goldman Sachs esperavam entrada líquida de 14 bilhões de dólares para o grupo.
"Estamos posicionando o UBS para ser uma instituição financeira global ainda mais forte e segura", disse o presidente-executivo, Sergio Ermotti.
O aumento das entradas de capital, conquistado em parte pela oferta de pagamentos mais generosos sobre os depósitos, atenuou a decepção dos investidores com o prejuízo maior do que o esperado.
Analistas haviam previsto um prejuízo de 444 milhões de dólares para o UBS, de acordo com uma pesquisa do próprio grupo financeiro.
As ações do UBS, que acumulam alta de cerca de 30% até o momento este ano, subiam 3,4% às 8h51 (horário de Brasília).
Excluindo o impacto da aquisição do Credit Suisse, o UBS obteria lucro de 844 milhões de dólares no período.
"TAREFA GIGANTESCA"
Os analistas elogiaram amplamente os resultados do UBS, mas advertiram que o banco ainda não está fora de perigo.
"O UBS fez progressos claros desde a compra do Credit Suisse - mas continua a enfrentar uma tarefa gigantesca, incluindo a retenção de clientes e de funcionários importantes", disse o analista Andreas Venditti, do Vontobel.
Os analistas da KBW classificaram os resultados como razoáveis à primeira vista, mas "desanimadores quando nos aprofundamos um pouco mais", com a gestão de patrimônio ficando aquém do que eles esperavam.
O UBS está no início do que parece ser uma integração demorada de um banco que se envolveu em escândalos e litígios.
O banco alertou para uma investigação sobre "fraquezas" e "deficiências" nos relatórios financeiros do Credit Suisse em 2021 e 2022, cujo resultado, segundo ele, seria descrito em seu próprio relatório anual.
O banco também disse que as perspectivas de crescimento econômico, as avaliações de ativos e a volatilidade do mercado continuam difíceis de prever.
O UBS continuou a cortar pessoal, o que foi responsável por uma grande parte dos mais de 2 bilhões de francos suíços (2,22 bilhões de dólares) de custos relacionados à integração.
O UBS informou que empregava 115.981 pessoas no final de setembro, em comparação com os 119.100 que trabalhavam no banco combinado no final de junho.
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