Copel lucra 16,6% mais no 3º tri, terá investimento recorde em distribuição em 2024
Por Letícia Fucuchima
SÃO PAULO (Reuters) - A companhia de energia elétrica Copel encerrou o terceiro trimestre com um lucro líquido de 441,2 milhões de reais, cifra 16,6% superior à registrada em igual período do ano passado, segundo resultado financeiro divulgado na noite de quarta-feira.
No mesmo trimestre, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado somou 1,43 bilhão de reais, aumento de 26,8% na comparação anual.
O resultado positivo ocorre mesmo com um aumento dos custos e despesas operacionais da companhia no trimestre, principalmente em função de um provisionamento de 610,1 milhões de reais referente ao Programa de Demissão Incentivada (PDI) lançado pela Copel, que compreende o desligamento de 1.437 empregados.
"(O resultado do terceiro trimestre) só mostra que a empresa é muito estável, previsível, e que tem crescido de maneira consistente", disse à Reuters o presidente-executivo da Copel, Daniel Slaviero.
"Com esse PDV, nós vamos estar muito alinhados com o tamanho (de empresa) que nós consideramos adequado", acrescentou o executivo ao comentar sobre o PDV, que resultará em uma economia anual estimada de 428 milhões de reais e levará o quadro total de funcionários da Copel a aproximadamente 4,5 mil.
INVESTIMENTO
Slaviero afirmou ainda que a Copel, que foi privatizada neste ano pelo Estado do Paraná, irá divulgar na próxima semana sua previsão de investimentos para 2024, com recorde de aportes para o negócio de distribuição de energia elétrica.
"Vai ser o maior investimento da Copel na história para a nossa concessão aqui no Paraná", destacou o executivo, afirmando que cerca de 85% dos investimentos da companhia em 2024 serão destinados à distribuição.
O executivo ressaltou que a companhia vem ampliando seus investimentos na concessionária nos últimos anos, tendo saltado de 550 milhões de reais para 1,87 bilhão neste ano, visando aumentar a base regulatória de ativos para a próxima revisão tarifária, que acontecerá em 2026.
"O investimento em distribuição aumenta a base regulatória, ele melhora a qualidade do atendimento ao nosso cliente, que é muito relevante, e ele reduz custos, com equipamentos com redundância, interligados e operação remota".
O executivo também afirmou que a Copel tem sido "muito cautelosa" com a prospecção de novos investimentos, uma vez que, em geração, os preços baixos da energia continuam a prejudicar a viabilidade dos projetos, enquanto em transmissão os retornos têm se mostrado pouco atrativos num ambiente de elevada competição pelos ativos.
Apesar disso, ele destacou que o cenário de preços spot de energia começa a mostrar mais volatilidade, indicando que os níveis podem não permanecer por muito tempo no piso regulatório.
"Já vi leitura de preço nos mínimos nos próximos 3 a 5 anos, para nós isso parece muito desconectado, muito pessimista... Eu diria que para 2024, a perspectiva de preços recuperarem é baixa, pode ter volatilidade em um ou outro período. Mas a partir de 2025... tem muita coisa que pode acontecer".
Em relação a desinvestimentos, a Copel espera concluir o final do primeiro trimestre de 2024 as vendas de suas participações na termelétrica Araucária (UEGA), na qual é sócia da Petrobras, e na distribuidora de gás Compagás, que possui como acionistas ainda a Commit Gás e a Mitsui.
"A UEGA já está em fase vinculante... O número de empresas (interessadas) superou inclusive a nossa expectativa", disse Slaviero, acrescentando que para a Compagás a previsão é receber ofertas não vinculantes no próximo mês.
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