Ritmo de mudança da economia está lento em relação às mudanças climáticas, diz Haddad

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira que o ritmo de transformação da economia mundial está lento em meio aos cada vez mais adversos efeitos das mudanças climáticas, mas apontou que o Brasil está progredindo com medidas lançadas pelo governo e outras que tramitam no Congresso.

Em coletiva de imprensa após participar de evento ao lado da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, sobre o plano de transição ecológica do governo, Haddad destacou que a regulação do mercado de carbono, a emissão de títulos sustentáveis por parte do Tesouro e a reforma tributária são alguns dos projetos que podem colocar o país na direção de um futuro mais sustentável.

"Há um consenso de que o ritmo de mudança da economia à luz da crise climática está muito lento. Nós vamos ter que tomar providências rápidas e ágeis", disse Haddad.

"Está se gastando fortunas com guerras e orçamento militar e está se gastando muito pouco com preservação ambiental e pagamentos de serviços ambientais", acrescentou.

Em sua fala no evento, o ministro afirmou que as mudanças climáticas afetarão negativamente as safras agrícolas e indicadores de inflação e de emprego. Ele disse que somente o resgate de políticas implantadas nos governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não serão suficientes e que o Executivo precisa "ir além".

Haddad também caracterizou como um equívoco "muito grande" opor economia e ecologia, defendendo que o modelo econômico precisa estar subordinado à outras preocupações, como a sobrevivência da espécie humana e do planeta.

"A gente precisa entender que a gente precisa subordinar o que a gente chama de economia a propósitos maiores, que é a nossa permanência aqui."

Em seu discurso no evento, Marina indicou que concluir o plano de transição ecológica no Brasil será difícil, mas se trata justamente da mudança que o país precisa. Ela argumentou que o Brasil tem as melhores condições para realizar a transformação.

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A ministra aproveitou o discurso para exaltar Haddad, dizendo que não há ninguém melhor para coordenar o plano do que o chefe da Fazenda.

"A transformação ecológica, em todos os eixos que estão ali é um desafio muito grande... É a mudança que o Brasil precisa."

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