Presidente de BC do Japão mantém esperança de aumento de salários

Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - O presidente do banco central do Japão expressou nesta quinta-feira esperanças de que a inflação e o crescimento dos salários sejam sustentados este ano, apesar do recente terremoto registrado no país tenha levado alguns analistas a reduzirem apostas numa mudança de curto prazo nas taxas de juros ultrabaixas.

"No ano passado, houve um certo afastamento" do prolongado período de baixo crescimento e baixa inflação do Japão, disse o presidente do Banco do Japão (BOJ, na sigla em inglês), Kazuo Ueda, acrescentando que ele espera que mais progressos sejam feitos para aumentos equilibrados nos salários e na inflação.

Embora não tenha feito menção direta à política monetária, Ueda disse que o BOJ tomará as medidas necessárias para garantir que as condições bancárias e de financiamento permaneçam sólidas nas áreas atingidas pelo terremoto.

Os comentários foram feitos em um cenário de perspectivas cada vez mais sombrias para a economia.

Embora muitos participantes do mercado ainda esperem que o BOJ encerre a política de taxas de juros negativas em algum momento de 2024, o terremoto contribuiu para aumentar as opiniões de que ele renunciará a essa ação na próxima reunião de política monetária, em 22 e 23 de janeiro.

Em uma entrevista à emissora pública NHK na semana passada, Ueda disse que não tinha pressa em reverter as configurações monetárias ultrafrouxas devido à falta de convicção de que a inflação atingirá de forma sustentável a meta de 2% do BOJ.

"Com o terremoto, a chance de ação na reunião de janeiro diminuiu ainda mais", disse Mari Iwashita, economista-chefe de mercado da Daiwa Securities, que revisou o prazo esperado para o fim das taxas negativas de janeiro para qualquer momento até abril.

O Morgan Stanley MUFG Securities também adiou a previsão para uma mudança na política monetária para março ou abril, em relação à estimativa inicial de janeiro, citando o impacto do terremoto e os comentários de Ueda na entrevista.

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Milhares de equipes de resgate continuavam a procurar sobreviventes do terremoto do dia de Ano Novo, que matou pelo menos 78 pessoas no Japão e danificou a infraestrutura de regiões do país.

(Por Leika Kihara)

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