Dólar sobe frente ao real antes de dados de inflação

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta terça-feira, com investidores à espera de dados de inflação de Brasil e Estados Unidos nesta semana para calibrar as expectativas para a política monetária.

Às 10:25 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,51%, a 4,8949 reais na venda.

Na B3, às 10:25 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,48%, a 4,9080 reais.

O principal foco dos mercados é um dado de inflação norte-americano agendado para esta semana, disseram especialistas da XP em nota a clientes nesta terça-feira. Caso venha dentro ou abaixo do esperado, a leitura pode revigorar o otimismo dos mercados globais, mas, no caso de qualquer cifra mais forte, devem cair ainda mais as apostas num início iminente para o ciclo de afrouxamento dos juros nos EUA.

Participantes do mercado veem uma chance de 57% de que o Fed comece a reduzir os juros em pelo menos 0,25 ponto percentual em março, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, abaixo dos quase 64% de segunda-feira, após sinais mistos de autoridades do Fed sobre o momento dos cortes.

O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, por exemplo, disse na véspera que, com a inflação ainda acima da meta de 2% do banco central dos Estados Unidos, sua tendência é defender que a política monetária permaneça rígida. Por outro lado, a diretora Michelle Bowman sinalizou vontade de apoiar eventuais cortes de juros à medida que a inflação diminui.

No Brasil, o mercado aguarda a leitura do IPCA de dezembro, com expectativas de que a inflação tenha encerrado o ano passado dentro da banda de tolerância da meta oficial. O centro do objetivo, medido pelo IPCA, é de 3,25% para 2023, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Enquanto isso, investidores nacionais ficam de olho nesta terça-feira em reunião do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com líderes do Congresso para discutir a medida provisória que estabeleceu a reoneração gradual da folha de pagamento.

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"Os primeiros sinais vindos do Congresso não são muito positivos para o governo, com pressões dos parlamentares para que o presidente do Congresso devolva a medida provisória para o Executivo..., ao mesmo tempo que o Ministério da Fazenda já indicou que, caso a MP não seja aprovada, irá recorrer ao STF", disse José Márcio Camargo, economista-chefe da Genial Investimentos. "O conflito entre os Poderes vai se intensificar."

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,8700 reais na venda, em baixa de 0,04%.

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