Ibovespa respira e fecha em alta de mais de 1% com apoio da Vale

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em alta nesta terça-feira, recuperando o patamar dos 128 mil pontos, apoiado principalmente no avanço de 2% das ações da Vale, que acompanharam o aumento dos preços do minério de ferro na Ásia após notícias sobre mais estímulos da China.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa subiu 1,31%, a 128.262,52 pontos., experimentando uma trégua na correção de baixa verificada desde o começo do ano. Na véspera, havia caído a uma mínima desde meados de dezembro, acumulando queda de 5,65% no mês.

Na máxima desta terça-feira, o Ibovespa chegou a 128.331,38 pontos. No pior momento, marcou 126.611,68 pontos. O volume financeiro no pregão somou 21,7 bilhões de reais.

Na visão da sócia e especialista da Blue3 Investimentos Bruna Centeno, apesar das queda no mês, o Ibovespa não rompeu um suporte que mudaria a tendência de alta. "Há sim uma realização de lucros que o mercado naturalmente faz, mas ainda existe uma perspectiva boa para as ações", afirmou.

Uma parte relevante dessa realização de lucros tem sido endossada pela reprecificação das apostas em relação aos próximos passos do banco central norte-americano, que tem se refletido no fluxo de capital externo para as ações na B3, com o saldo no mês negativo em 4,4 bilhões de reais até o dia 19.

Após fechar 2023 acima dos 134 mil pontos, tendo acumulado no ano uma valorização de 22,3%, o Ibovespa chegou a ser negociado momentaneamente abaixo dos 126 mil pontos na segunda-feira.

De acordo com a avaliação de responsável pela mesa de ações do BTG Pactual Jerson Zanlorenzi, o comportamento do fluxo de estrangeiros é muito mais uma questão global do que algo específico do Brasil, e no médio e longo prazos a tendência de apetite a risco e queda de juros nos EUA deve continuar.

Wall Street fechou sem uma tendência única, conforme agentes financeiros começam a analisar também a temporada de balanços de empresas norte-americanas, com o S&P 500 fechando em alta de 0,29%, a 4.864,6 pontos, nova máxima histórica, enquanto o Dow Jones caiu 0,25%.

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DESTAQUES

- VALE ON subiu 2,06%, a 69,20 reais, vinda de uma série de baixas, com a queda em janeiro superando 12% até a véspera. No mês o papel havia subido em apenas um pregão. A trégua na sessão foi apoiada na alta dos futuros do minério de ferro na Ásia, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com elevação de 1,42%, após a China prometer medidas mais enérgicas e eficazes para apoiar a confiança do mercado.

- IRB(RE) ON disparou 10,60%, a 41,84 reais, também chamando a atenção, após divulgar na noite da véspera que teve lucro líquido de 24 milhões de reais em novembro, revertendo resultado negativo de 48,5 milhões no mesmo mês de 2022. O índice de sinistralidade caiu a 56,8% em novembro ante 96% um ano antes. A alta nas ações ocorreu após uma sequência de cinco pregões de queda, que ampliaram a perda acumulada no mês até a véspera para 14,6%.

- HAPVIDA ON avançou 3,96%, a 3,94 reais, também experimentado uma trégua na pressão de baixa, após o papel perder quase 17% em cinco pregões em meio ao noticiário sobre decisões judiciais envolvendo a companhia. Analistas do Citi afirmaram que o tombo dos papéis parece exagerado e que veem a equação risco versus retorno das ações "altamente distorcida para cima".

- GPA ON fechou negociada em baixa de 1,86%, a 4,22 reais, após acionistas do grupo varejista de alimentos aprovarem em assembleia extraordinária um aumento do limite do capital autorizado da companhia de até 800 milhões de ações, em movimento que segue anúncio da empresa em dezembro que começara os trabalhos preliminares para uma potencial oferta de ações da ordem de 1 bilhão de reais.

- PETROBRAS PN avançou 1,25%, a 38,17 reais, embalada pelo clima positivo na B3, apesar da fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou com decréscimo de 0,64%. No setor, 3R PETROLEUM ON caiu 2,13% e PETRORECONCAVO ON cedeu 0,43%, enquanto PRIO ON registrou variação positiva de 0,38%.

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- ITAÚ UNIBANCO PN terminou com acréscimo de 0,46%, a 32,55 reais, enquanto BRADESCO PN caiu 0,52%, a 15,38 reais. BANCO DO BRASIL ON foi o destaque positivo do setor no Ibovespa, encerrando com elevação de 1,78%, a 56,54 reais, máxima histórica de fechamento.

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