Dólar segue exterior e tem leve queda antes de dados de inflação dos EUA

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em leve queda frente ao real nesta segunda-feira, em linha com movimento externo, conforme investidores aguardavam dados de inflação norte-americanos desta semana que podem ajudar a direcionar apostas sobre o afrouxamento monetário do Federal Reserve.

Às 10:16 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,07%, a 4,9900 reais na venda.

Na B3, às 10:16 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,14%, a 4,9905 reais.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas também operava em leve queda, com operadores aguardando novos dados econômicos dos Estados Unidos depois que leituras recentes pintaram um quadro de resiliência da atividade e inflação mais alta do que o esperado.

"Até vermos uma mudança nessa tendência mais forte (da economia dos EUA), os mercados devem continuar em modo de espera até haver maior confiança de que a batalha contra a inflação será ganha e o banco central americano poderá começar a cortar as taxas de juros", disse Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank.

Segundo ele, se o índice de inflação PCE, o favorito do Federal Reserve, mostrar uma surpresa para cima quando for divulgado na quinta-feira, a moeda norte-americana deve ser impulsionada globalmente.

Isso porque uma inflação ainda alta nos EUA pode levar o Federal Reserve a manter os juros em patamar elevado por mais tempo do que o esperado, o que deixaria o dólar atraente ao deixar os rendimentos norte-americanos em nível interessante para investidores estrangeiros.

No Brasil, a semana trará os dados de fevereiro do IPCA-15, mas participantes do mercado anteciparam que não deve haver grandes impactos do indicador no câmbio, já que o foco está mais voltado para a cena global.

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"Os mercados precificaram quase que inteiramente o ciclo de corte da Selic, conforme o processo de desinflação está se consolidando e o espaço para surpresa na condução da política monetária é extremamente limitado. Portanto, acreditamos que o fator global será mais importante para a negociação do câmbio", disse Moutinho.

No pano de fundo, o governo anunciará nesta segunda-feira medidas de proteção cambial para investimentos de longo prazo. O Programa de Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial será anunciado em São Paulo. A Reuters mostrou na semana passada que o plano incluirá o estabelecimento de um canal para a oferta de cerca de 2 bilhões de dólares em derivativos cambiais e a autorização para que o Banco Central alongue sua carteira de swaps, entre outros pontos.

Na última sessão, na sexta-feira, o dólar à vista fechou o dia cotado a 4,9935 reais na venda, em alta de 0,83%.

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