EQI abrirá escritório nos EUA em primeiro passo para expansão internacional

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) -A corretora brasileira EQI abre na próxima semana um escritório nos Estados Unidos, em um primeiro movimento de expansão internacional, que busca ampliar a oferta de produtos aos seus clientes e diversificar as fontes de receitas.

Fundado em 2008 em Santa Catarina, o grupo, que tem como sócio minoritário o BTG Pactual, possui atualmente 27 bilhões de reais em ativos sob custódia de mais de 67 mil clientes ativos distribuídos em sete Estados brasileiros. Ele começou como assssoria de investimentos e em 2023 obteve licença para operar como corretora no país.

A nova "filial" da EQI será em Miami e irá atender em um primeiro momento residentes brasileiros no território norte-americano. Mas, de acordo com o CEO, Juliano Custódio, os planos contemplam ampliar o atendimento para a comunidade latina e para os próprios norte-americanos.

Clientes da EQI no Brasil já têm acesso ao mercado norte-americano por meio de parcerias do grupo com o próprio BTG e a Avenue Securities, com o total de recursos alocados no momento somando 1,7 bilhão de reais. Com a nova empreitada, Custódio avalia que esse montante pode crescer significativamente.

"Nós gostaríamos de dobrar nosso patrimônio (alocado nos EUA)... Mas achamos que é bem plausível conseguirmos mais 1 bilhão de reais, uns 200 milhões de dólares", estimou.

O executivo ressaltou que, embora a EQI agora passe a ser também uma concorrente da Avenue, uma vez que terá sua própria estrutura naquele país, a parceria com a corretora permanece, assim como os ativos seguirão com a custódia dividida entre a Avenue e o BTG.

A entrada da EQI nos EUA ocorreu por meio da aquisição de uma RIA (Registered Investment Advisor), que é um consultor de investimentos ou uma empresa que fornece aos clientes assessoria financeira certificada pela Securities and Exchange Commission (SEC) ou reguladores de ativos mobiliários estaduais.

Custódio não forneceu detalhes financeiros relacionados à aquisição, mas afirmou que o dono da RIA, que é brasileiro, seguirá como parte da equipe da EQI, assim como outro profissional ligado à essa consultoria e mais dois profissionais que virão da EQI.

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A nova vertical será liderada por Caio Tuca, head internacional da EQI, que atuará diretamente do Brasil, além de Guilherme Zanella, que estará à frente do escritório localizado na Brickell Avenue.

Os planos do grupo contemplam eventualmente entrar em outras regiões, como a Europa via Portugal, mas Custódio afirmou que o foco no momento é os Estados Unidos.

O processo de internacionalização da empresa deve dividir a atenção do executivo principalmente com a expansão de escritórios de agentes autônomos do grupo, que atualmente somam 25 unidades. "Eu quero tentar conseguir mais uns 25 escritórios, mais uns 100 agentes autônomos trabalhando para nós esse ano."

(Edição de Eduardo Simões e Pedro Fonseca)

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