Mercado livre de energia tem 3.866 migrações no 1º bimestre, diz CCEE

SÃO PAULO (Reuters) - As migrações de consumidores para o mercado livre de energia elétrica no Brasil aceleraram e no acumulado de janeiro e fevereiro já somam 52% do total de ingressos verificado em todo o ano de 2023, disse nesta quinta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Segundo a instituição, foram registradas 3.866 novas migrações nos dois primeiros meses deste ano, acrescentando ao segmento livre uma carga mensal de aproximadamente 990 megawatts (MW).

As adesões estão sendo impulsionadas pela liberalização do mercado para toda a alta tensão a partir de janeiro deste ano, o que ampliou um ambiente antes restrito a grandes indústrias e empresas, apontou a CCEE.

Com a flexibilização de critérios que entrou em vigor este ano, pequenas e médias empresas, como padarias e hotéis, passaram a poder negociar seu fornecimento de energia elétrica diretamente com uma geradora ou comercializar, sem a obrigatoriedade de contratação junto às distribuidoras.

Do total de unidades migradas neste ano, 2.846 entraram para o mercado livre representados por um comercializador varejista, figura criada para facilitar o processo de migração e gerir as operações dos seus clientes para compra e venda de energia.

De acordo com Alexandre Ramos, presidente do conselho da CCEE, o movimento intenso é reflexo tanto das vantagens da livre negociação quanto da força-tarefa conduzida pela CCEE desde o primeiro semestre do ano passado para garantir que as migrações fossem concluídas com sucesso.

"Fomos muito além do dia a dia operacional e atuamos junto às empresas para orientá-las sobre a abertura. Também otimizamos os nossos processos internos e oferecemos uma extensão dos prazos para que os agentes pudessem resolver eventuais pendências para ingressarem no segmento", disse, em nota.

O mercado livre de energia acumula atualmente 44.988 unidades consumidoras, 10 mil a mais do que no começo de março do ano passado, conforme os dados da CCEE.

Para o período de março a dezembro deste ano, até o momento, existem cerca de 12,1 mil consumidores que já "denunciaram" seus contratos com suas distribuidoras para poder ingressar no ambiente livre, de acordo com informações da agência reguladora Aneel. Desses, 6,1 mil já entraram com pedido de migração e modelagem de carga na CCEE, passo necessário para garantir o fornecimento.

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(Por Letícia Fucuchima)

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