Taxas futuras de juros avançam em linha com exterior após dados de inflação dos EUA

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos principais contratos de DI fecharam em alta nesta quinta-feira, com os vencimentos mais longos mostrando movimentos especialmente acentuados, em linha com a abertura da curva de juros norte-americana após dados fortes de inflação dos Estados Unidos.

Inicialmente, os ativos brasileiros reagiram de forma benigna aos dados norte-americanos, que mostraram que o índice de preços ao produtor para a demanda final dos EUA subiu 0,6% no mês passado, depois de avançar 0,3% em janeiro. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3%.

Uma medida mais restrita do índice de preços ao produtor, que exclui componentes voláteis como alimentos, energia e serviços comerciais, desacelerou a alta para 0,4% em fevereiro, de 0,6% em janeiro, mas ainda assim predominou no mercado internacional a decepção com o dado geral mais forte do que o esperado, o que acabou contaminando a cena local.

Uma inflação persistente nos EUA poderia levar o Federal Reserve a adiar ainda mais o início de um afrouxamento monetário. Operadores reduziram um pouco as apostas de que o Fed vai cortar sua taxa básica em junho, mas esse segue sendo o cenário mais provável, de acordo com o mercado de juros futuros dos EUA.

Dados separados mostraram que as vendas no varejo dos EUA aumentaram 0,6% no mês passado. Os dados de janeiro foram revisados para baixo, mostrando que as vendas caíram 1,1%, em vez de 0,8% conforme informado anteriormente. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo aumentariam 0,8% em fevereiro.

Em reação aos dados, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 10 pontos base nesta tarde, a 4,294%.

No Brasil, as vendas no varejo avançaram 2,5% em janeiro na comparação com o mês anterior, resultado mais forte desde janeiro de 2023 (+2,5%) e acima das previsões de economistas (+0,2%), informou o IBGE nesta quinta-feira. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, as vendas apresentaram avanço de 4,1%.

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