Portuguesa EDP vai mudar estrutura global e mira cortes de custos relevantes

Por Sergio Goncalves

LISBOA (Reuters) - A companhia de energia portuguesa EDP anunciou uma reestruturação interna para simplificar sua organização mundial, concentrar-se em crescimento e obter cortes de custos em um ambiente de mercado desafiador, disse o CEO à Reuters nesta quarta-feira.

Miguel Stilwell d'Andrade disse que "o contexto global é mais difícil do que há um ano, uma vez que os preços da energia estão muito mais baixos agora, reduzindo as receitas da EDP, e espera-se que as taxas de juros permaneçam mais altas por mais tempo".

"Temos que agir... Será uma reestruturação interna profunda que simplificará, agilizará a organização e aumentará a eficiência", disse ele, acrescentando que isso era necessário para ajudar a EDP a atingir seus objetivos estratégicos.

A EDP -- dona da EDP Renováveis, a quarta maior produtora de energia renovável do mundo -- opera em 29 países na Europa, Ásia e Américas.

No entanto, sua estrutura não evoluiu de forma consistente para promover sinergias e eficiência em nível global, pois em alguns lugares está organizada por países ou regiões, enquanto em outros está mais estruturada por negócios.

Agora, a empresa se concentrará em "menos de 20 mercados com maior profundidade e potencial de crescimento" e se reorganizará em cinco centros regionais: Ibéria; Europa; América do Norte: Estados Unidos, México e Canadá; América do Sul: Brasil, Colômbia e Chile; e Ásia-Pacífico.

Em termos de operações, a EDP terá quatro plataformas transversais às cinco regiões: Ativos de Geração Renovável, Gestão Global de Energia, Soluções para Clientes e Redes.

Por exemplo, grandes empresas como a Amazon ou a Microsoft, que são clientes da EDP na Europa, Estados Unidos e Cingapura, terão a partir de agora um gestor de conta na Client Solutions.

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O CEO da companhia espera que a reestruturação, que deverá ser concluída até o final do ano, "tenha um impacto relevante na redução dos custos operacionais", sem dar mais detalhes. No ano passado, esses custos atingiram cerca de 2 bilhões de euros.

A EDP se comprometeu em 2023 a gastar 25 bilhões de euros em quatro anos para quase dobrar sua capacidade de energia renovável para 33 gigawatts até 2026, quando espera um lucro líquido recorrente de 1,4 bilhão a 1,5 bilhão de euros.

(Reportagem de Sergio Goncalves)

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