McKinsey enfrenta investigação criminal nos EUA por consultoria de opioides, dizem fontes
Por Mike Spector e Nate Raymond e Chris Prentice
NOVA IORQUE (Reuters) - A McKinsey & Co está sendo investigada criminalmente nos Estados Unidos por acusações de que a consultoria teve um papel fundamental em alimentar a epidemia de opioides no País.
Promotores federais estão se concentrando no trabalho de aconselhamento da McKinsey à Purdue Pharma, fabricante do OxyContin, e a outras farmacêuticas, afirmaram três pessoas com conhecimento do assunto.
A consultoria e o Departamento de Justiça dos EUA se recusaram a comentar.
O inquérito é focado em determinar se a McKinsey envolveu-se em uma conspiração criminosa ao aconselhar a Purdue e outras farmacêuticas em estratégias de marketing para melhorar as vendas de analgésicos prescritos, que levaram a um vício generalizado e a overdoses fatais, segundo duas das fontes.
O Departamento de Justiça também está investigando se a McKinsey conspirou para cometer fraude na área de saúde, quando seu trabalho de consultoria para empresas que vendem opioides supostamente resultou em reivindicações fraudulentas feitas a programas do governo, como o Medicare, disseram.
Os promotores também estão verificando se a McKinsey obstruiu a Justiça, em um inquérito relacionado à revelação da empresa de que demitiu dois sócios que comunicaram a exclusão de documentos relacionados a seus trabalhos com opioides, afirmaram as fontes.
A investigação, aberta anos atrás, antes do início da pandemia global, envolve autoridades do Departamento de Justiça de escritórios em Washington, Massachusetts e Virginia, de acordo com as fontes. Os dois lados estão em discussões para resolver o inquérito, disse uma das pessoas ouvidas.
Em 2019, a McKinsey afirmou que não aconselharia mais clientes de qualquer negócio relacionado aos opioides.
A Purdue não respondeu ao pedido por comentário em um primeiro momento.
(Reportagem de Mike Spector e Chris Prentice em Nova York e Nate Raymond em Boston)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.