Dólar tem queda após dados de inflação dos EUA amplamente em linha com expectativas
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar tinha queda frente ao real nesta sexta-feira, arrefecendo após ganho da véspera e com investidores reagindo positivamente a dados de inflação dos Estados Unidos amplamente em linha com o esperado.
Às 10h20 (de Brasília), dólar à vista caía 0,64%, a 5,1323 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,80%, a 5,124 reais.
"Rendimento dos Treasuries lá fora perde o fôlego, e o dólar usualmente acompanha", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital.
As taxas dos Treasuries de dez anos, referência global para investimentos, aceleraram a queda depois que dados mostraram que a inflação nos Estados Unidos aumentou moderadamente em março, ficando em linha com as expectativas do mercado.
O índice PCE de preços, favorito do Fed para monitorar a inflação, subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio dos EUA nesta sexta-feira. Os dados de fevereiro não foram revisados e mostram um aumento de 0,3% do PCE. Nos 12 meses até março, a inflação aumentou 2,7%, depois de avançar 2,5% em fevereiro.
Economistas consultados pela Reuters previam que o índice subiria 0,3% no mês e 2,6% na base anual.
"Mesmo com os números anualizados um pouco acima do esperado, os dados trimestrais divulgados ontem vieram tão ruins que o mercado certamente se preparava para algo pior", disse Helena Veronese, economista-chefe da B. Side Investimentos.
"A chance de o Fed começar a cortar de juros em setembro voltou ao radar", completou ela. Na véspera, dados mais fortes do que o esperado da inflação medida pelo PCE no primeiro trimestre levaram participantes do mercado a adiar as apostas sobre o momento do primeiro afrouxamento do Fed para novembro ou até dezembro.
Agora, operadores de futuros atrelados ao juro básico do Fed estão precificando 36 pontos-base em cortes de juros este ano, com a primeira redução provavelmente em setembro, segundo dados do LSEG.
No Brasil, dados de mais cedo mostraram que o IPCA-15 subiu menos do que o esperado em abril, com uma queda nos custos de transportes compensando o peso dos preços de alimentos, levando a taxa em 12 meses a ficar abaixo de 4%.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou o dia cotada a 5,1651 reais na venda, em alta de 0,31%. O dólar está a caminho de marcar queda de 1,28% frente ao encerramento da última sexta-feira, interrompendo sequência de quatro fortes ganhos semanais consecutivos.
Parte desse arrefecimento do dólar foi atribuída por operadores a, mais do que uma melhora concreta no sentimento geral, movimentos de ajuste do mercado, comuns após movimentos exacerbados da taxa de câmbio.
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