Aneel aprova flexibilizações para distribuidoras de energia do RS devido a enchentes

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira uma série de flexibilizações de regras para operação das distribuidoras de energia do Rio Grande do Sul, onde milhares de pessoas permanecem sem luz devido às enchentes que atingem o Estado desde o início do mês.

As medidas aprovadas visam permitir que as concessionárias consigam restabelecer de forma mais rápida a prestação dos serviços e também minimizar impactos aos consumidores.

As distribuidoras foram vedadas de suspender o fornecimento de energia a consumidores inadimplentes ou realizar ações de cobrança em um prazo de 90 dias nos municípios gaúchos com estado de calamidade decretado e em 30 dias para os demais.

Nos casos em que houve destruição das unidades consumidoras, como casas e estabelecimentos comerciais, ou então dano e deficiência das redes elétricas que fazem o atendimento, será suspenso o contrato entre distribuidora e consumidor, sem faturamento da energia.

Foi autorizado também que as distribuidoras façam compra, venda e empréstimo de materiais sem anuência prévia da agência reguladora, a fim de acelerar a mobilização de recursos para recomposição dos serviços de eletricidade.

Distribuidoras de outros Estados também foram autorizadas a compartilhar recursos humanos ou prestar serviços às concessionárias gaúchas. Em ambos os casos, deverá haver prestação de contas posterior.

Segundo a Aneel, essas e outras flexibilizações deverão ter como foco o restabelecimento da energia elétrica a consumidores em situação de emergência e urgência, como o atendimento de pedidos de ligação e aumento de carga a locais de tratamento e acolhimento da população atingida pelas enchentes.

As medidas também buscam dar "conforto" para que as distribuidoras possam tomar as medidas necessárias sem temer problemas futuros junto ao regulador.

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Segundo informações da Aneel, até segunda-feira havia cerca de 280 mil unidades consumidoras sem energia no Rio Grande do Sul, que é atendido por distribuidoras dos grupos CPFL, Equatorial e permissionárias.

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