MG e ES pedem à Justiça que danos morais por Mariana supere R$100 bi

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os governos de Minas Gerais e Espírito Santo apresentaram à Justiça recurso pedindo o aumento de valor exigido da Samarco e de suas sócias (Vale e BHP) para mais de 100 bilhões de reais, em processo por danos morais coletivos referente ao rompimento de barragem em Mariana (MG).

Pelo valor de uma sentença anterior, a indenização estabelecida foi de 47,6 bilhões de reais.

O pedido, apresentado no Tribunal Regional Federal da 6ª Região na véspera, visando alterar decisão da Justiça Federal de janeiro, considera não apenas o porte econômico das mineradoras, mas também a extensão territorial dos impactos do rompimento, segundo o documento, visto pela Reuters.

O rompimento da barragem da Samarco -- uma joint venture da Vale com a BHP -- ocorreu em novembro de 2015, liberando uma onda gigante de rejeitos de mineração que matou 19 pessoas e deixou centenas de desabrigados, além de atingir florestas e rios, incluindo o rio Doce, em toda a sua extensão até o mar no Espírito Santo.

Ambos os governos afirmaram que as três companhias juntas obtiveram lucro líquido de quase 500 bilhões de reais nos últimos três anos, dos quais aproximadamente 355 bilhões de reais foram distribuídos em dividendos.

Sobre o valor solicitado, de 100 bilhões de reais, incidiria ainda a atualização monetária e os juros moratórios, segundo os critérios legais, conforme o pedido dos Estados.

(Por Marta Nogueira)

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