Dólar fica quase estável ante real apesar de alta no exterior

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após oscilar novamente em margens estreitas, o dólar à vista fechou a quinta-feira praticamente estável ante o real, em mais um dia de alta da moeda norte-americana no exterior, após novos dados sobre a economia dos Estados Unidos reforçarem a percepção de que o espaço para o Federal Reserve cortar juros é reduzido.

O dólar à vista encerrou o dia no Brasil cotado a 5,1532 reais na venda, em leve baixa de 0,05%. Em maio, a divisa acumula baixa de 0,76%.

Às 17h17, na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,03%, a 5,1555 reais na venda.

No início do dia o dólar oscilou em queda ante o real, em sintonia com o sinal negativo para a moeda norte-americana no exterior. Às 10h36, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 5,1260 reais (-0,58%), mas depois disso a divisa começou a se recuperar.

O gatilho para isso foi a divulgação, às 10h45, de números fortes sobre a atividade empresarial nos Estados Unidos. A S&P Global informou que seu Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) Composto preliminar dos EUA saltou para 54,4 em maio, o nível mais alto desde abril de 2022. Em abril, a leitura havia sido de 51,3. O indicador acompanha os setores de manufatura e serviços.

Uma leitura acima de 50 indica expansão no setor privado. Economistas consultados pela Reuters previam que o índice ficaria em 51,1 em maio.

O aumento foi impulsionado pelo setor de serviços, com o PMI preliminar subindo de 51,3 em abril para 54,8 em maio. O PMI do setor industrial aumentou de 50,0 para 50,9.

O PMI deu força à leitura de que, com uma economia forte, o Fed tem menos espaço para cortar juros este ano -- o que em tese favorece o dólar. Mais cedo, dados do Departamento do Trabalho já haviam corroborado esta leitura, ao indicarem que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram em 8.000 na semana encerrada em 18 de maio, para 215.000 em dado com ajuste sazonal. Economistas consultados pela Reuters previam 220.000 pedidos na última semana.

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Neste cenário, o dólar ganhou força ante as demais divisas, se reaproximando da estabilidade no Brasil.

Durante a tarde, com o dólar acelerando um pouco os ganhos no exterior, a divisa à vista renovou algumas máximas no Brasil. Às 15h56, atingiu o pico de 5,1615 reais (+0,11%), para depois encerrar a sessão praticamente estável.

Profissional ouvido pela Reuters destacou que o dólar voltou a oscilar em margens bastante estreitas no Brasil nesta quinta-feira, com investidores mantendo posições à espera de novidades que pudessem, de fato, influenciar as cotações.

Às 17h16, o índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,14%, a 105,050.

Pela manhã o Banco Central vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.

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