Stellantis seguirá com estratégia "asset-light" na China para navegar turbulência tarifária
AUBURN HILLS, Estados Unidos (Reuters) - A Stellantis manterá sua estratégia de “asset light” na China, focada principalmente na exportação para o país, em vez de na fabricação lá, disse o presidente-executivo Carlos Tavares aos investidores nesta quinta-feira.
O evento com investidores da Stellantis ocorreu um dia depois de a União Europeia, um dos maiores mercados da montadora franco-italiana, ter dito que iria impor tarifas extras de até 38,1% sobre veículos elétricos chineses importados a partir de julho.
Pequim criticou as tarifas da UE nesta quinta-feira como um comportamento protecionista e disse esperar que o bloco europeu corrija as suas “práticas erradas” e resolva os atritos comerciais através do diálogo.
Tavares já criticou anteriormente as tarifas da UE sobre carros chineses importados.
“O que está claro é que não queremos ficar na defensiva”, disse ele nesta quinta-feira, referindo-se às tarifas sobre os carros chineses. “Nossa estratégia, que continua sendo uma estratégia 'asset light', é garantir que somos ofensivos e surfar na onda da ofensiva chinesa”, disse ele durante uma apresentação no dia do investidor em Auburn Hills, Michigan.
“Nossa estratégia 'asset light' na China é muito mais robusta do que a de muitos de nossos concorrentes.”
A Stellantis comprou uma participação de 21% na montadora chinesa Leapmotor e formou um empreendimento que permite à montadora europeia vender e fabricar veículos da Leapmotor fora da China.
A Stellantis lidera a joint venture com uma participação de 51%.
Na manhã desta quinta-feira, a Stellantis, cujas marcas incluem Fiat, Peugeot, Jeep e Ram, manteve suas previsões financeiras para 2024 e disse que pretendia melhorar o payout de dividendos no próximo ano.
Para 2025, a montadora terá como meta a faixa superior de sua política de payout de dividendos de 25% a 30%, contra os 25% pagos nos últimos anos, disse a empresa em comunicado.
“A empresa continuará a usar recompras de ações e dividendos ordinários para devolver o excesso de caixa aos acionistas”, disse a Stellantis.
O grupo confirmou as suas previsões para o ano em curso, incluindo uma margem de lucro operacional ajustada de 10% a 11% no primeiro semestre, com “fluxos de caixa livres industriais visivelmente abaixo do período do ano anterior”.
Também afirmou que recompensaria os acionistas com pelo menos 7,7 bilhões de euros através de dividendos e recompras em 2024.
O grupo também afirmou que pretende atingir níveis de liquidez – incluindo caixa disponível e linhas de crédito inexploradas – de cerca de 25%-30% das suas receitas no longo prazo.
As receitas da Stellantis somaram quase 190 milhões de euros no ano passado.
(Reportagem de Nora Eckert em Auburn Hills, Giulio Piovaccari em Milão e Gilles Guillaume em Paris)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.