Haddad diz que pacote fiscal será fechado na quinta-feira, não prevê data para anúncio

Por Victor Borges

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo terá na manhã de quinta-feira uma reunião para fechar o pacote de medidas fiscais, ressaltando que ainda há dois "detalhes" a serem discutidos.

"A reunião para fechar as medidas fiscais ficou para amanhã às 9h, 9h30", disse em entrevista a jornalistas na saída da Fazenda nesta quarta-feira.

Questionado, ele não respondeu quando deverá ser feito o anúncio das medidas, muito aguardado pelos mercados financeiros, e destacou que a decisão sobre como a divulgação será feita está a cargo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, deve querer apresentar as propostas para os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

"Resolvidos esses detalhes, a questão é como que o presidente vai decidir dialogar com as duas Casas, mas eu quero crer que, no final da manhã de amanhã, nós vamos estar com essas questões decididas", disse o ministro.

Haddad também não falou sobre o teor do pacote, mas disse que devem ser enviadas ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei complementar.

Mais cedo, Lula afirmou que não pode adiantar quais propostas estão sendo discutidas pelo governo porque o pacote ainda não está fechado. Segundo duas fontes que participam das discussões, o anúncio só deve ocorrer na próxima semana.

Sobre uma suposta resistência de membros do governo em relação a algumas da propostas em análise, como mudanças em benefícios trabalhistas e previdenciários, o ministro destacou que Lula incluiu todas as pastas nas discussões, que chegaram próximas a um consenso.

"O presidente quis fazer uma metodologia de trabalho para envolver todo o governo na convergência em relação à necessidade. Isso que é o mais importante. Todo mundo convergiu", disse. "Nem todos os exercícios que estão sendo feitos estão sendo considerados politicamente."

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Questionado sobre se as medidas chegarão em linha com expectativas do mercado financeiro, que tem reagido com desconfiança e fortes expectativas para o anúncio, Haddad disse que as propostas estarão "em linha com as contas do Tesouro Nacional".

Já sobre a articulação com o Legislativo, ele destacou que as medidas tem sido estudadas de acordo com o "custo-benefício político" das chances de aprovação no plenário das Casas.

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