Haddad vê recepção favorável a pacote fiscal no Congresso, Pacheco diz que estará entre prioridades

(Reuters) - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que os líderes da Câmara dos Deputados e do Senado receberam de forma "bastante favorável" o pacote de contenção de gastos anunciado pelo governo, dizendo acreditar no bom encaminhamento das medidas no Congresso.

Falando em coletiva de imprensa ao lado do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), após se reunir com líderes do Senado para apresentar as medidas fiscais, Haddad ainda afirmou que o encontro foi produtivo.

A reunião desta quinta ocorreu um dia depois de um outro encontro com lideranças da Câmara dos Deputados e com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

"Tanto ontem com o presidente Lira quanto hoje com o presidente Pacheco a reação dos líderes foi bastante favorável, um espírito de abertura muito grande para o diálogo", disse Haddad aos jornalistas.

Pacheco, por sua vez, disse que o pacote de medidas, que foi detalhado por Haddad em outra coletiva de imprensa mais cedo, está entre as prioridades do Senado para as próximas três semanas.

"Agora se inclui esse pacote de governança, de controle, de conformidade que em boa hora o governo apresenta para poder ter o controle dos gastos públicos. Essa medida também entra como prioridade para o Senado para as próximas três semanas", disse Pacheco.

O presidente do Senado disse ter a expectativa de que a Câmara aprove o pacote nas próximas duas semanas, restando aos senadores a última semana antes do recesso parlamentar para analisar a medida.

Também presente na entrevista coletiva, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela articulação política do governo, afirmou que o Executivo trabalhará e tem a expectativa de que o pacote fiscal, detalhado mais cedo em entrevista coletiva em Brasília, seja aprovado pelo Legislativo até o final do ano.

"Raríssimas vezes eu senti, quando o governo anuncia uma proposta, um grau de compromisso tão grande, uma disposição tão grande de conseguir a aprovação dessas medidas como eu senti tanto na conversa de ontem da Câmara quanto na de hoje no Senado", disse Padilha.

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"Isso tem a ver com o fato de que aquilo que é o centro da proposta -- que nós vamos trabalhar para concluir a aprovação dela ainda neste ano -- é exatamente a consolidação do marco fiscal que foi discutido e aprovado pelo Congresso."

REAÇÃO DO MERCADO

Na entrevista, Haddad foi perguntado sobre a reação do mercado ao anúncio das medidas fiscais, feitas em conjunto com a divulgação de proposta para isentar de imposto de renda de quem ganha até 5 mil reais mensais.

O ministro reconheceu que a proposta de mudanças no imposto de renda gerou ruído e afirmou que a cotação do dólar, que chegou a ultrapassar os 6 reais pela primeira vez na história, deve se acomodar ao passo que as medidas forem explicadas.

"Vamos ver como isso acomoda, a partir do momento que você vai explicando, as pessoas vão entendendo", disse.

"Havia também uma confusão muito grande em relação à reforma da renda, que eu acredito que seja o que está dando o maior ruído, não é a questão das medidas que estão sendo apresentadas aqui", avaliou.

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(Por Eduardo Simões, em São Paulo)

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