Barr renunciará antecipadamente a cargo de regulador do Fed para evitar "disputa" em torno da função

Por Pete Schroeder

WASHINGTON (Reuters) - A principal autoridade reguladora do Federal Reserve anunciou nesta segunda-feira que deixará o cargo em 28 de fevereiro para evitar uma briga legal potencialmente complicada com o presidente eleito Donald Trump, que agora está livre para substituí-lo por uma escolha favorável ao setor bancário.

O vice-chair de supervisão do Fed, Michael Barr, disse em um comunicado que deixará o cargo mais de um ano antes do término de seu mandato, mas planeja permanecer no conselho do banco central norte-americano como diretor.

O Fed disse em um comunicado que não aprovará nenhuma regra importante até que um sucessor para a função regulatória seja confirmado. A saída de Barr abre caminho para que Trump, que tomará posse em 20 de janeiro, nomeie todos os novos reguladores bancários para o governo dos EUA e comece a trabalhar em uma agenda mais amigável para o setor bancário.

O mandato de Barr não deveria terminar até julho de 2026, e ele já havia dito ao Congresso norte-americano que pretendia permanecer no cargo.

Embora não tenha mencionado Trump, Barr disse em um comunicado que o "risco de uma disputa" em torno do seu cargo poderia ser uma "distração" para a missão do Fed.

O Washington Post informou em outubro que autoridades de Trump estavam explorando a possibilidade de destituir Barr de sua função regulatória.

A decisão de Barr de permanecer como diretor do Fed, entretanto, limita as opções de Trump para nomear um sucessor. Não há vagas abertas no conselho de sete membros do Fed até 2026, o que significa que ele precisaria selecionar um novo chefe regulador entre as autoridades existentes ou transferir uma delas para um cargo em outro lugar do governo para liberar uma vaga.

A diretora do Fed Michelle Bowman, que tem criticado regularmente os esforços de Barr para impor regras mais rígidas ao setor bancário, é amplamente vista por lobistas e analistas como candidata a substituí-lo. Christopher Waller, outro diretor do Fed nomeado por Trump em seu primeiro mandato, é visto como outro candidato em potencial pelas autoridades do setor.

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(Por Pete Schroeder)

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