Chile rejeita licença ambiental para mina de cobre e ferro de Dominga
SANTIAGO (Reuters) - O Chile rejeitou nesta quarta-feira uma licença ambiental para o controverso projeto de mineração de ferro e cobre Dominga, de 2,5 bilhões de dólares, da Andes Iron.
Em uma declaração, o Comitê de Ministros disse que rejeitou o projeto por unanimidade, concordando com as preocupações dos cidadãos sobre os impactos à biodiversidade e com os receios sobre possíveis vazamentos de combustível ou concentrado de ferro.
“O projeto está localizado em uma área com características únicas como habitat para espécies como o pinguim de Humboldt e cetáceos em categorias de conservação, que atualmente é protegida, o que reduz a tolerância aceitável ao risco”, diz o comunicado.
Ele também observou que o projeto excluiu observações da Corporação Florestal Nacional (Conaf) sobre a necessidade de avaliar os impactos em dois tipos de plantas que são fonte de alimento e habitat para o tricahue, uma espécie de papagaio ameaçada de extinção.
"Não foi possível determinar ou avaliar o real impacto sobre essas espécies, que cumprem um papel ecossistêmico relevante", disse o comitê.
Mas a Andes Iron disse que cumpriu todas as regulamentações ambientais necessárias e que o projeto estava sendo destacado, apontando para o porto próximo de Cruz Grande, que recebeu uma licença ambiental.
"Isso indica que as objeções aos projetos na zona são seletivas, mostrando um claro preconceito contra nosso projeto", disse a Andes Iron em comunicado na terça-feira, antes da decisão.
O caso, que ainda pode passar por apelação, amplia batalha de uma década, destacando os labirintos burocráticos que podem paralisar projetos, enquanto o governo tenta equilibrar o crescimento econômico e a proteção ambiental.
(Reportagem de Fabian Cambero, Alexander Villegas e Daina Beth Solomon)
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