Talibã busca novos recursos financeiros para se financiar no Afeganistão
Com a saída das forças internacionais do Afeganistão, o país, altamente dependente de ajuda internacional, busca novos recursos financeiros para dirigir o país. Até então, as atividades ilícitas eram uma fonte de renda importante, segundo reportagem do jornal econômico Les Echos.
Para poder governar, os talibãs vão precisar de fundos para relançar a economia, explica o jornal francês. O desafio é grande. Uma vez no poder, os bancos fecharam, privando a população de dinheiro vivo, a cotação da moeda nacional despencou e a ajuda internacional — que representava três quartos das receitas orçamentarias do Estado afegão — foi imediatamente interrompida.
Segundo do jornal Les Echos, o Ocidente sabe que a ajuda internacional é um dos poucos meios de pressão sobre o movimento islâmico.
Até antes da chegada ao poder, a fonte de renda dos talibãs vinha de atividade criminosas, como tráfico de droga e produção de ópio, extorsão, sequestro em troca de resgate, exploração de minérios ou impostos sobre zonas sob controle ou influência do governo, detalhou um relatório do Conselho de Segurança da ONU, de junho. O documento aponta que o movimento radical consegue entre US$ 300 milhões e US$ 1,6 bilhão por ano — que constitui 30% do orçamento anual do Estado afegão.
Drogas e minerais
A produção do ópio e da heroína continua sendo a principal fonte do movimento, tendo fornecido US$ 460 milhões em 2020, segundo a ONU. Os campos de papoula triplicaram em 20 anos.
"Qual será o lugar da produção de narcóticos no novo regime?", pergunta Les Echos. No começo da semana, um porta-voz dos talibãs prometeu que a atividade cessaria. Mas especialistas são céticos sobre essa possibilidade.
Outra fonte importante de rendimentos pode ser a exploração de minerais. O subsolo afegão é rico em cobre, cobalto e lítio, produto em grande demanda para a fabricação de baterias elétricas. Les Echos estima ser impossível hoje determinar o número de minas ou a quantidade de minerais extraída no país. Mas o potencial é enorme, com a condição de se ter infraestrutura suficiente, aponta a matéria.
Outra alternativa são novos laços com os vizinhos, como Rússia e China. Ambos os países não hesitaram em começar a dialogar com o novo regime e mantiveram suas embaixadas em Cabul.
O Irã, que sempre teve relações conflituosas com os talibãs, também esboçou uma reaproximação. Teerã aceitou reativar o envio de petróleo ao Afeganistão a partir da próxima semana.
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