França lança "cheque inflação" de R$ 650 para 38 milhões enfrentarem alta de preços
Diante da alta de preços dos alimentos, da eletricidade e dos combustíveis, o governo da França anunciou uma ajuda de 100 euros, aproximadamente R$ 650, a todos as pessoas que ganham menos de 2 mil euros, quase R$ 13 mil por mês. Chamada de "cheque inflação", a medida deve beneficiar 38 milhões de franceses.
O subsídio será depositado de maneira automática aos beneficiários entre os meses de dezembro e fevereiro. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro francês Jean Castex na noite de ontem em uma entrevista à TV francesa.
"Esperávamos um cheque combustível, ou uma diminuição nos impostos sobre a gasolina. No lugar disso, temos um subsídio inflação!" diz o jornal Le Parisien hoje. O impulso financeiro do Estado abrange trabalhadores do setor privado, funcionários públicos, mas também autônomos, desempregados e aposentados, esclarece a publicação.
"Para uma situação excepcional, uma ajuda excepcional", disse Castex, que considera a ajuda "simples e rápida". O primeiro-ministro também quis tranquilizar os franceses e afirmou na entrevista que a inflação será temporária.
Decisão difícil
Segundo o Le Parisien, a decisão foi tomada com dificuldade. O presidente Emmanuel Macron queria uma solução rápida a ser aplicada contra o aumento da gasolina. O ministério da Economia, defendia a criação de um "cheque combustível". Mas a medida foi engavetada devido à dificuldade de saber quem deveria ser beneficiado.
O jornal afirma que a decisão por uma ajuda universal foi tomada na quinta-feira mesmo, pouco antes da entrevista de Castex à tevê. "A questão da inflação não afeta somente os produtos do petróleo" justificou o primeiro-ministro, que disse que a situação exigia medidas mais amplas.
"Um presente de Natal", que deve beneficiar a classe média, diz o jornal La Croix. A medida custará aos cofres franceses 3,8 bilhões de euros, por volta de R$ 25 bilhões, e é destinada sobretudo a enfrentar o aumento do preço da gasolina, de acordo com o jornal.
Libération explica que para financiar a ajuda, o governo usará 1 bilhão de euros dos impostos suplementares obtidos com o aumento dos combustíveis. Os 2 bilhões e 800 milhões restantes deverão ser pagos pelo orçamento geral, "ou seja, fazendo economias em outros lugares", observa o jornal. Apesar disso, Castex garantiu que manterá o déficit de 5% previsto para 2022, insistindo que Macron é "o presidente do poder aquisitivo".
O aumento do preço da gasolina colocou o poder aquisitivo no centro do debate da pré-campanha eleitoral para as presidenciais de 2022, passando na frente de outras questões como saúde, educação e aumento da delinquência. Devido à conjuntura, Macron poderia sair fragilizado por um tema que acreditava que valorizaria seu governo, analisa o La Croix.
A inflação na França foi de 0,6% em agosto e a variação nos últimos 24 meses foi de 1,9%.
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