China estabelece meta de crescimento de 5% para 2023 e aumenta orçamento da defesa
Em meio à desaceleração do crescimento global e à incerteza no plano internacional, a China divulgou, neste domingo (5), uma meta cautelosa de crescimento econômico de 5% para 2023, conforme o objetivo traçado pelo primeiro-ministro Li Keqiang. Em um contexto de desconfiança de seus vizinhos asiáticos, o país anunciou um aumento no orçamento da defesa para este ano. Os dados foram apresentados durante a abertura da sessão anual do parlamento chinês.
Com informações do correspondente em Pequim, Stéphane Lagarde
O premiê Li Keqiang foi recebido com muitos aplausos no Grande Salão do Povo. Esta é a última vez que o primeiro-ministro, prestes a deixar o cargo, se dirigiu aos 2.948 deputados da Assembleia Nacional Popular presentes ao evento, esta manhã.
Em pouco mais de uma hora de discurso, ele apresentou o tradicional "relatório de trabalho ao governo" e fez uma retrospectiva do ano que passou, mas também de seu mandato: "Nada foi tão incomum como os últimos 5 anos" disse o chefe de Governo, sem citar diretamente a política "Covid Zero", mas reconhecendo que "o desenvolvimento econômico da China esbarrou em múltiplos fatores inesperados".
"Este progresso no desenvolvimento do país tem sido possível graças a enormes esforços", disse. "Diante de uma situação internacional turbulenta e do peso das tarefas de reforma, o Comitê Central do Partido, reunido em torno do camarada Xi Jinping, desafiando todas as dificuldades, conseguiu a tripla missão de prevenir a Covid-19, estabilizar a economia e garantir o desenvolvimento", enumerou Li Keqiang. "Neste ano, devemos promover a melhoria da economia como um todo, alcançando progressos qualitativos e um crescimento quantitativo razoável", completou.
Uma recuperação "sólida"
Li Keqiang destacou obras em ferrovias e estradas durante o seu mandato: mais de 17.000 quilômetros de linhas de trens de alta velocidade, além 41.000 quilômetros de autoestradas foram construídos. Ele também lembrou que o orçamento da educação foi mantido em 40% do PIB, que o fundo nacional de proteção social aumentou de 1.800 bilhões para 2.500 bilhões de yuans, que houve reduções ou adiamentos de impostos para as empresas e que a inflação está sob controle.
O crescimento chinês continua, contudo, dependente de suas exportações. A política de abertura vai continuar, de acordo com o número dois chinês, com uma abertura do setor de serviços para empresas estrangeiras. A recuperação é "sólida", mas o céu não está totalmente limpo, garante. Apesar da poupança gigantesca das famílias chinesas, o investimento privado continua fraco, o crescimento global também e os riscos mantêm-se no mercado imobiliário.
O novo comitê central eleito pelo XX Congresso do Partido Comunista, no ano passado, e que vai liderar o país nos próximos cinco anos é composto, entre outros, por Li Qiang, que deverá ser nomeado primeiro-ministro, nesta primeira sessão da 14? Assembleia Popular Nacional Chinesa.
Orçamento de defesa em alta
Entre os números anunciados no discurso do primeiro-ministro chinês na abertura do Parlamento, esta manhã em Pequim, está um aumento do orçamento da defesa de 7,2% este ano, o que segundo o governo permitirá continuar a modernização de suas tropas.
Entre os cerca de 3.000 deputados, a maior delegação é do Exército. O orçamento militar irá crescer este ano para fortalecer as capacidades de defesa do país, insiste Li Keqiang: "Devemos fortalecer a administração do Exército em todos os aspectos e acelerar a implementação de grandes projetos de desenvolvimento da defesa nacional. Também trabalharemos para fortalecer a ciência e a tecnologia a serviço da defesa nacional", concluiu.
Desde 2015, o aumento na Defesa não é mais de dois dígitos. Porém, Pequim mantém o maior orçamento de defesa, atrás apenas dos Estados Unidos. A China deve estar pronta para o combate, alertou o primeiro-ministro chinês esta manhã: o Exército Popular de Libertação "deve intensificar o treinamento e a preparação militar em todos os níveis, ser inovador em termos de orientações estratégicas e realizar exercícios militares simulando guerras reais", finalizou.
Os gastos com segurança pública também devem crescer 6,4% neste ano.
(Com informações da RFI e da AFP)
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