Indicador de clima econômico do Brasil é o menor desde 1999
O indicador do clima econômico no Brasil caiu ao nível mais baixo desde janeiro de 1999 e só não é pior que o da Venezuela, segundo a pesquisa Sondagem Econômica da América Latina, realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pelo instituto alemão Ifo. Na média da América Latina, o indicador piorou influenciado também por outros países, como Chile, México e Equador.
A sondagem é feita com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países e, no caso do Brasil, a expectativa deles se deteriorou significativamente. O indicador de clima econômico (ICE) do país caiu 20%, de 89 pontos em janeiro para 71 em abril. Na série histórica, iniciada em 1989, este é o pior índice desde janeiro de 1999. É um patamar mais baixo, inclusive, que o de janeiro de 2009 (78 pontos), após a crise deflagrada em 2008 pela quebra do banco americano Lehman Brothers.
O ICE do Brasil é inferior ao da Argentina (75 pontos) e supera apenas o da Venezuela, que se mantém no valor mínimo, de 20 pontos, desde julho de 2013.
Os maiores problemas apontados pelos especialistas brasileiros consultados pela FGV e pelo Ifo são, em ordem decrescente, falta de competitividade internacional, falta de confiança nas políticas do governo, inflação, défic it público e falta de mão de obra qualificada.
América Latina
O indicador de outros países latino-americanos também recuou. Na média, o ICE da região teve queda de 5,3%, de 95 pontos para 90 pontos, e foi influenciada por piores resultados tanto do indicador da situação atual (ISA) quanto no de expectativas (IE). Os três indicadores estão na zona desfavorável (abaixo de 100 pontos) e continuam, assim como na sondagem de janeiro, abaixo das suas médias históricas dos últimos dez anos.
Sete dos 11 países monitorados pela pesquisa registraram queda. A avaliação em relação à situação atual piorou em sete, enquanto as expectativas foram piores em cinco países. Apesar da queda do ICE em relação a janeiro, Colômbia e Paraguai permaneceram na zona favorável (acima de 100). Passaram da zona favorável para desfavorável, Chile, Equador e México. Os outros dois países que experimentaram queda no ICE ? Brasil e Argentina ? já estavam na zona desfavorável.
Bolívia, Peru e Uruguai melhoraram o ICE e já estavam na zona de avaliação favorável.
De forma similar ao que ocorreu no resultado mais agregado, o ISA teve papel preponderante na piora do clima econômico desses países. Assim, na Bolívia o indicador aumentou 22% e no Uruguai, 19%, enquanto o IE ficou estável na Bolívia e caiu no Uruguai. No Peru, o comportamento foi o inverso, melhorou o IE (+11%) e caiu o ISA (-7,2%).
A FGV explica, em nota, que a pesquisa de abril traz um questionário bianual sobre o que os especia listas destacam como os principais entraves para o crescimento econômico dos países na situação atual a partir de uma lista de dez tópicos. A falta de competitividade internacional continua sendo, como nas outras sondagens, o problema mais citado como muito importante no grupo dos 11 países (a única exceção é a Bolívia). Em segundo lugar, aparece a falta de confiança nas políticas do governo (seis países) e, em seguida, inflação e falta de mão de obra qualificada (ambos em cinco países).
Assim como o número de problemas citados como muito importantes para os países explicam a avaliação dos especialistas medida pelo ICE, as projeções para a taxa de crescimento econômico do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 também refletem essa avaliação. As menores taxas de crescimento são estimadas para Venezuela (-1,3%), Argentina (+0,1%) e Brasil (+1,7%) e as maiores taxas para Bolívia (6,0%) Peru (5,1%) Paraguai (4,9%) e Colômbia (4,4%).
A desaceleração do crescimento da China e, principalmente, o redirecionamento de um modelo pautado no investimento intensivo em infraestrutura para outro baseado no estímulo ao consumo doméstico, tem levado a análises que diagnosticam os exportadores de commodities sul-americanas - Brasil, Chile, Colômbia e Peru - como os principais perdedores dessa mudança. No entanto, além do efeito China ser relativamente suave (a projeção para 2014 é de um crescimento de 7,2%), outros fatores influenciam a trajetória do crescimento desses países, como mostram os problemas citados na sondagem onde o Brasil passou a ser o último colocado desse grupo (a projeção para o Chile é de um crescimento de 3,4%).
Na comparação com o mundo, o ICE da América Latina é menor que o mundial e mantém-se em zona desfavorável de avaliação. A taxa de crescimento projetada para o mundo em 2014 é de 2,5%, e para a América Latina é de 2,3%. O pior desempenho, porém, refere-se à taxa de inflação esperada de 3,2% para o mundo e de 10,8% para a América Latina em 2014. Na América Latina, Venezuela (55,6%) e Argentina (36,2%) lideram o ranking das maiores taxas de inflação, seguidos do Uruguai (8,4%), Bolívia (6,7%) e Brasil (6,4%).
No mundo, os resultados continuam favoráveis nos Estados Unidos e na União Europeia e pioram nos mercados emergentes da Ásia.
O ICE do mundo ficou relativamente estável ao cair de 114 pontos para 113 pontos entre as sondagens de janeiro e abril.
A sondagem é feita com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países e, no caso do Brasil, a expectativa deles se deteriorou significativamente. O indicador de clima econômico (ICE) do país caiu 20%, de 89 pontos em janeiro para 71 em abril. Na série histórica, iniciada em 1989, este é o pior índice desde janeiro de 1999. É um patamar mais baixo, inclusive, que o de janeiro de 2009 (78 pontos), após a crise deflagrada em 2008 pela quebra do banco americano Lehman Brothers.
O ICE do Brasil é inferior ao da Argentina (75 pontos) e supera apenas o da Venezuela, que se mantém no valor mínimo, de 20 pontos, desde julho de 2013.
Os maiores problemas apontados pelos especialistas brasileiros consultados pela FGV e pelo Ifo são, em ordem decrescente, falta de competitividade internacional, falta de confiança nas políticas do governo, inflação, défic it público e falta de mão de obra qualificada.
América Latina
O indicador de outros países latino-americanos também recuou. Na média, o ICE da região teve queda de 5,3%, de 95 pontos para 90 pontos, e foi influenciada por piores resultados tanto do indicador da situação atual (ISA) quanto no de expectativas (IE). Os três indicadores estão na zona desfavorável (abaixo de 100 pontos) e continuam, assim como na sondagem de janeiro, abaixo das suas médias históricas dos últimos dez anos.
Sete dos 11 países monitorados pela pesquisa registraram queda. A avaliação em relação à situação atual piorou em sete, enquanto as expectativas foram piores em cinco países. Apesar da queda do ICE em relação a janeiro, Colômbia e Paraguai permaneceram na zona favorável (acima de 100). Passaram da zona favorável para desfavorável, Chile, Equador e México. Os outros dois países que experimentaram queda no ICE ? Brasil e Argentina ? já estavam na zona desfavorável.
Bolívia, Peru e Uruguai melhoraram o ICE e já estavam na zona de avaliação favorável.
De forma similar ao que ocorreu no resultado mais agregado, o ISA teve papel preponderante na piora do clima econômico desses países. Assim, na Bolívia o indicador aumentou 22% e no Uruguai, 19%, enquanto o IE ficou estável na Bolívia e caiu no Uruguai. No Peru, o comportamento foi o inverso, melhorou o IE (+11%) e caiu o ISA (-7,2%).
A FGV explica, em nota, que a pesquisa de abril traz um questionário bianual sobre o que os especia listas destacam como os principais entraves para o crescimento econômico dos países na situação atual a partir de uma lista de dez tópicos. A falta de competitividade internacional continua sendo, como nas outras sondagens, o problema mais citado como muito importante no grupo dos 11 países (a única exceção é a Bolívia). Em segundo lugar, aparece a falta de confiança nas políticas do governo (seis países) e, em seguida, inflação e falta de mão de obra qualificada (ambos em cinco países).
Assim como o número de problemas citados como muito importantes para os países explicam a avaliação dos especialistas medida pelo ICE, as projeções para a taxa de crescimento econômico do Produto Interno Bruto (PIB) para 2014 também refletem essa avaliação. As menores taxas de crescimento são estimadas para Venezuela (-1,3%), Argentina (+0,1%) e Brasil (+1,7%) e as maiores taxas para Bolívia (6,0%) Peru (5,1%) Paraguai (4,9%) e Colômbia (4,4%).
A desaceleração do crescimento da China e, principalmente, o redirecionamento de um modelo pautado no investimento intensivo em infraestrutura para outro baseado no estímulo ao consumo doméstico, tem levado a análises que diagnosticam os exportadores de commodities sul-americanas - Brasil, Chile, Colômbia e Peru - como os principais perdedores dessa mudança. No entanto, além do efeito China ser relativamente suave (a projeção para 2014 é de um crescimento de 7,2%), outros fatores influenciam a trajetória do crescimento desses países, como mostram os problemas citados na sondagem onde o Brasil passou a ser o último colocado desse grupo (a projeção para o Chile é de um crescimento de 3,4%).
Na comparação com o mundo, o ICE da América Latina é menor que o mundial e mantém-se em zona desfavorável de avaliação. A taxa de crescimento projetada para o mundo em 2014 é de 2,5%, e para a América Latina é de 2,3%. O pior desempenho, porém, refere-se à taxa de inflação esperada de 3,2% para o mundo e de 10,8% para a América Latina em 2014. Na América Latina, Venezuela (55,6%) e Argentina (36,2%) lideram o ranking das maiores taxas de inflação, seguidos do Uruguai (8,4%), Bolívia (6,7%) e Brasil (6,4%).
No mundo, os resultados continuam favoráveis nos Estados Unidos e na União Europeia e pioram nos mercados emergentes da Ásia.
O ICE do mundo ficou relativamente estável ao cair de 114 pontos para 113 pontos entre as sondagens de janeiro e abril.
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