Em Porto Alegre, Campos critica programa Mais Médicos
O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, criticou o programa Mais Médicos do governo federal, mas disse que não se pode, por questões políticas, retirar os profissionais estrangeiros das comunidades onde atuam sozinhos. "Temos que avaliar o programa, mas a comunidade não quer que ele vá embora", disse em entrevista no fim da tarde de hoje em Porto Alegre.
Mais cedo, durante visita à Santa Casa de Misericórdia da cidade, Campos disse que o governo resolveu criar uma "confrontação entre a sociedade e as entidades médicas" depois de algum tempo sem qualquer iniciativa importante na área da saúde pública. "Há algum tempo não temos uma marca como a luta pelos genéricos", afirmou, numa referência a José Serra (PSDB), ex-ministro da Saúde durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
Durante a entrevista, porém, Campos também estendeu as críticas aos governos tucanos ao dizer que o Brasil "parou de formar médicos nos anos 90" com o fechamento de vagas em várias universidades federais. "Nos anos 90 e 2000 formamos menos médicos que nos anos 80 porque faltou planejamento de política de recursos humanos para o SUS", afirmou.
De acordo com ele, "fazer a disputa jogando a população contra os médicos brasileiros" e apenas trazer profissionais do exterior não resolve os "gargalos" provocados pelo "subfinanciamento" da saúde pública.
Assim como tem feito o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, Campos também se comprometeu- a manter o programa Bolsa Família, classificado por ele como uma "conquista em termos de assistência social".
Para o pré-candidato à Presidência, "setores de apoio" ao governo Dilma têm feito "terrorismo eleitoral" ao divulgar "boatos" de que o programa será extinto se a presidente não se reeleger.
Questionado se espera que as possíveis manifestações sociais durante a Copa do Mundo afetem a popularidade da presidente Dilma Rousseff, Campos disse que não vai torcer "contra o Brasil" para ganhar a eleição. "Não precisa dar nada errado porque a decisão da população está tomada", afirmou, numa referência às pesquisas que apontam que a maior parte da população quer "mudança" na próxima eleição.
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