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Dólar sobe e volta a superar R$ 4

15/01/2016 10h00


O dólar volta a subir acima de R$ 4 nesta sexta-feira, a caminho de anular a queda da semana e ampliar a alta no ano a cerca de 2%. Às 9h54, o dólar comercial subia 0,81%, a R$ 4,0298. O dólar para fevereiro avançava 0,82%, a R$ 4,0485.

Novamente, o cenário externo dita o movimento do câmbio, em um dia de ganhos generalizados do dólar e do iene diante da maior aversão a risco por causa de novo tombo nos preços do petróleo e da Bolsa chinesa.

O barril do WTI desabava 5,11% às 9h19, enquanto o do Brent recuava 3,84% - ambos abaixo de US$ 30. Esses dois tipos de petróleo não só apagam os ganhos da véspera como renovam mínimas em mais de 12 anos.

Na China, o índice Xangai Composto - principal índice do mercado acionário do país - caiu 3,55%, entrando em "bear market" (queda sustentada) pela segunda vez em sete meses e fechando no menor nível desde dezembro de 2014.

Moedas emergentes e correlacionadas às commodities sentem a fuga do risco. O peso mexicano atingiu uma mínima recorde de 18,0763 por dólar, enquanto o dólar canadense caía pela décima primeira sessão consecutiva, série recorde, renovando o piso desde 2003 frente a seu par americano. Em outros sinais de aversão a risco, o iene se apreciava 0,68% ante o dólar, e o futuro do índice de volatilidade VIX disparava 10,51%. O S&P 500 futuro recuava 1,75%.

Apesar da semana de forte volatilidade, nos níveis atuais o dólar caminha para apenas zerar as perdas ante o real, sem marcar valorização. Com isso, o desempenho da moeda brasileira se mostra bem melhor que o de alguns de seus pares. O peso mexicano, por exemplo - considerado a moeda com melhores fundamentos da América Latina -, perde 0,85% na semana. Já a lira turca recua 0,83%, enquanto o rand sul-africano cai 2,27%.

Esse melhor desempenho do real - em parte porque a moeda brasileira já vinha bastante descontada e porque o Banco Central não tem reduzido o estoque de "hedge" cambial no mercado - explica por que analistas não acreditam que o BC possa tomar medidas adicionais de suporte ao câmbio.