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Assembleia de credores da Schahin é remarcada para o dia 27

20/01/2016 15h20


A primeira tentativa de instalar a assembleia de credores para debater os termos do plano de recuperação judicial da Schahin fracassou. Marcada para as 13 horas, a assembleia não foi instalada por falta de quórum de duas classes de credores - os trabalhistas e os pequenos credores. A próxima tentativa será no dia 27, daqui uma semana, também em São Paulo.

O plano de recuperação do grupo Schahin, de engenharia, infraestrutura e petróleo e gás, foi anunciado em abril, para resolver uma dívida avaliada em R$ 6 bilhões - o valor do que deve entrar na recuperação ainda está sendo definido.

Originalmente 28 empresas do grupo constavam do plano, mas esse número caiu para 13, entre as quais a Schahin Engenharia e Schahin Holding.

A situação financeira da Schahin piorou após a empresa entrar na mira da Operação Lava-Jato, em 2015. A empresa e seus sócios são investigados por suspeita de lavagem de dinheiro, fraude à licitação e crime contra a ordem tributária envolvendo a contratação supostamente fraudulenta do navio-sonda Vitória 10.000. A embarcação foi afretada pela Deep Black Drilling Llp (uma das 13 empresas que estão na recuperação) da Petrobras sem licitação.

O Valor apurou com pessoas a par do assunto que o processo é considerado complicado, devido, entre outros fatores, ao número de credores - mais de 3 mil. Isso pode exigir a realização de várias assembleias até a aprovação do escopo final do plano.

Entre os maiores credores do grupo Schahin estão o Mizuho Bank, do Japão, com US$ 460 milhões, e um sindicato de bancos, com aproximadamente US$ 350 milhões, além do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) - R$ 350 milhões.

Na época do anúncio, havia também um passivo com a DSI, uma empresa ligada à Petrobras, de quase US$ 500 milhões. Também há credores fiscais, mas que não participam da assembleia de recuperação judicial.

A Schahin Petróleo e Gás ficou fora do plano, mas a empresa entrou com pedido separado de recuperação que ainda se encontra em análise no judiciário.

Hoje, a única fonte de receita do grupo é justamente a operação do Vitória 10.000, com o qual presta serviços de perfuração em campos de petróleo da Petrobras.