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Dólar sobe a R$ 4,1631, maior valor na história do real

21/01/2016 17h45


O dólar fechou em alta frente ao real, renovando a máxima histórica com os investidores reagindo à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic estável, surpreendo boa parte do mercado que apostava na retomada do ciclo de aperto monetário.

O mercado intensifica a demanda pela moeda em meio a leituras de ingerência política no Banco Central e dúvidas sobre a disposição do governo em conduzir a política macroeconômica de forma mais ortodoxa.

O dólar comercial subiu 1,47%, encerrando a R$ 4,1631, renovando a máxima histórica do real. A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 4,1723 na máxima, mas não superou o recorde da cotação intradia que é de R$ 4,2484, registrada em 23 de setembro de 2015. Já o contrato futuro para fevereiro avançava 1,33% para R$ 4,166.

A expectativa de retomada do ciclo de aperto monetário vinha dando suporte ao real, que chegou a apresentar uma performance melhor que seus pares no início do ano, em meio a preocupações com a China.

Mas a incerteza em relação à política monetária, em meio ao ambiente de maior pressão política sobre o Banco Central, e a preocupação com a adoção de medidas de possam gerar um gastos fiscal maior por parte do governo para incentivar a retomada do crescimento aumentaram a pressão sobre o câmbio.

Ontem, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, conhecido como um dos criados da "nova matriz econômica" - política que vigorou durante o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff - voltou a defender medidas para incentivar novos financiamentos no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

Hoje o real descolou movimento no exterior, onde as moedas emergentes subiam frente ao dólar.

A maioria dos analistas revisaram a previsão para a taxa básica de juros e esperam manutenção da taxa Selic até o fim de 2016.

Para o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, o BC pode aumentar as atuações no câmbio para conter a inflação. "A volta das políticas adotadas no primeiro mandato da presidente Dilma deve pressionar o câmbio, o que forçará o BC a aumentar as intervenções para evitar que a inflação sai de controle e isso tem um custo fiscal", afirma.

Já o economista-chefe do Haitong no Brasil, Jankiel Santos, acredita que apesar da alta do dólar , o BC não deve aumentar a atuação no câmbio, uma vez que ele espera um repasse menor da desvalorização do câmbio para a inflação.

Hoje o BC manteve apenas o leilão de rolagem do lote de US$ 10, 431 bilhões que vence em fevereiro e renovou mais 11.600 contratos.