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Taxas de juros têm forte queda em ajuste após decisão do BC

21/01/2016 09h45


As taxas de juros de curto prazo têm forte queda nesta quinta-feira, com o mercado correndo para ajustar posições e incluir a possibilidade de estabilidade da Selic por mais tempo ou mesmo início antecipado de corte do juro depois de o Banco Central (BC) ter mantido a Selic em 14,25% ao ano ao fim da reunião de quarta-feira.

Embora o mercado já tivesse feito uma correção expressiva de posições depois da surpresa com declarações do presidente do BC, Alexandre Tombini, na terça-feira, a aposta majoritária na curva de juros ainda era de alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juro.

Mas a reviravolta da sinalização do BC nesta semana, a manutenção do juro e o comunicado que acompanhou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) provocam uma mudança drástica nas expectativas, que agora passam a incluir estabilidade da Selic por mais tempo. Isso porque cresce no mercado a leitura de ingerência do governo na decisão do colegiado do BC, o que, para agentes financeiros, compromete as próximas decisões do Copom e toda a credibilidade do BC.

Enquanto os DIs curtos caem, as taxas longas avançam, refletindo a crescente desconfiança do mercado com a capacidade e disposição do BC em usar a política monetária de forma apropriada para reduzir os custos de financiamento à frente.

O resultado dessa combinação é uma disparada da chamada inclinação da curva, uma medida de risco. A inclinação tida como referência hoje é que relacionada os DIs janeiro de 2021 e janeiro de 2017. Nesta manhã, a diferença entre a taxa longa e a curta disparou a 2,12 pontos percentuais, novo recorde e muito acima do fechamento de ontem (1,62 ponto, que já era um pico histórico para esses vencimentos).

Ao redor de 9h30, o DI janeiro de 2017 - que captura as apostas para a Selic ao fim de 2016 - caía a 14,76% ao ano, ante 15,145% no ajuste anterior.

O DI janeiro de 2018 recuava a 16,190%, frente a 16,370% no último ajuste.

Na ponta longa, o DI janeiro de 2021 subia a 16,880%, contra 16,800% no ajuste da véspera.

As taxas longas sobem mesmo com o clima mais ameno no exterior, o que indica que o mercado está fazendo hoje ajustes basicamente por causa das incertezas locais. Nos últimos dias, a turbulência externa também contaminou a curva de longo prazo.