Juros futuros mais curtos caem com mercado à espera da ata do Copom
As taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo recuaram na BM&F acompanhando o dólar, com os investidores ajustando as posições à espera da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que será divulgada nesta quinta-feira. Já as taxas longas subiram diante de dúvidas sobre o ajuste fiscal e a capacidade do Banco Central em levar a inflação à meta.
O DI para janeiro de 2016 caiu de 14,73% para 14,68%, enquanto o DI para janeiro de 2018 recuou de 15,57% para 15,46%.
Segundo o economista-chefe do Haitong no Brasil, Jankiel Santos, o mercado espera que o Banco Central explique as incertezas do lado externo que o levaram a manter a taxa básica de juros estável. No comunicado divulgado após a reunião, o BC destacou que "considerando a elevação das incertezas domésticas e, principalmente, externas, o Copom decidiu manter a taxa Selic em 14,25%", decisão que contou com seis votos a favor da manutenção e votos pela elevação em 0,50 ponto. "Espero que o BC deixe em aberto a possibilidade de retomar a alta de juros. Fechar a porta neste momento parece temeroso", afirma Santos.
A curva de juros ainda reflete a possibilidade de uma alta de 0,25 ponto da taxa Selic na reunião de março.
Já os juros futuros com prazos mais longos avançavam com os investidores reagindo à informação de que o governo deve anunciar um reforço de R$ 50 bilhões no crédito via bancos públicos. O DI para janeiro de 2021 subiu de 16,37% para 16,41%.
A expansão do crédito subsidiado foi uma das medidas adotadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff para impulsionar o crescimento. A volta da chamada "nova matriz econômica" gera dúvidas sobre o ajuste fiscal e contribuiu para a piora da perspectiva em relação ao Brasil. "Não adianta ter o BC de um lado buscando alguma contração e de outro o governo promovendo estímulos via crédito. Acho que deveria ter um discurso mais coerente entre BC e Fazenda", diz Santos.
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