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Atividade industrial no Brasil diminui retração em janeiro, diz Markit

01/02/2016 14h16


A atividade da indústria brasileira continuou a se retrair em janeiro, mas a um ritmo menor que em dezembro, de acordo com o Índice Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), calculado pela Markit. O PMI saiu de 45,6 no fim de 2015 para 47,4 no mês passado, feito o ajuste sazonal. É o maior nível do indicador em 11 meses.

Em dezembro, o PMI já tinha registrado um resultado melhor, já que em novembro a leitura foi de 43,8, mínima de seis anos e meio. Há contração da atividade sempre que o PMI estiver abaixo de 50.

Segundo relatório divulgado nesta segunda-feira pela Markit, novos pedidos e produção continuaram a cair, pelo 12º mês consecutivo. Estoques e compras também recuaram, assim como o nível de emprego.

A produção recuou, mas a uma taxa menor nas três categorias pesquisadas - bens de consumo, intermediários e bens de capital. E a queda de encomendas foi concentrada no mercado doméstico. Os pedidos de exportação subiram pelo segundo mês consecutivo. Embora o aumento desses pedidos tenha sido moderado, foi o melhor resultado nessa categoria nos últimos seis anos, diz a Markit. As empresas consultadas relacionaram esse desempenho ao câmbio mais depreciado.

O emprego na indústria brasileira caiu pelo 11º mês consecutivo, em todos os três segmentos pesquisados. Mas a taxa de demissões se reduziu pelo quarto mês consecutivo.

Os custos dentro e fora da fábrica, por outro lado, aumentaram, mas dentro da média dos últimos meses. Por fim, os estoques de produtos comprados e de bens acabados caíram em janeiro.

"O mais recente PMI reforça o cenário de recessão do setor manufatureiro no Brasil. Enquanto os sinais de queda menos acentuada em janeiro são um passo na direção certa, a indústria ainda tem um longo caminho para recuperar o ano perdido de 2015. Com a demanda ainda fraca, especialmente no mercado doméstico, e as incertezas políticas à frente, as chances de uma recuperação a curto prazo são pequenas", afirmou, em nota, Rob Dobson, economista sênior da Markit e autor do relatório.

Dobson ainda pondera que, embora a depreciação do real dê algum respiro para a indústria na forma de novas exportações, o impacto positivo do câmbio é de certa forma contido pelo aumento dos custos de importação e de algumas matérias-primas.