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Juros futuros de curto prazo sobem na BM&F acompanhando alta do dólar

14/03/2016 16h50

As taxas dos contratos futuros de juros com prazos mais curtos subiram na BM&F. Investidores aproveitaram a alta do dólar no mercado local para recompor parte dos prêmios de risco, após a queda verificada na semana passada, uma vez que apesar da atividade econômica fraca, as expectativas de inflação continuam elevadas. Já a queda das taxas de juros no exterior trouxeram um alívio para as taxas de longo prazo, que acabaram cedendo.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,73% para 13,77% , enquanto o DI para janeiro de 2018 recuou de 13,58% para 13,50%. Já o DI para janeiro de 2021 caiu de 14,19% para 14,16%.

Apesar do dado de atividade divulgado nesta segunda-feira pelo Banco Central ter vindo abaixo do esperado pelo mercado, a leitura é que as expectativas de inflação mantêm-se elevadas, o que limita o espaço para um grande corte da taxa básica de juros.

Pesquisa Focus também apresentada hoje mostra que, apesar da piora das projeções para PIB, as expectativas de inflação seguem elevadas. A mediana das projeções para o IPCA neste ano caiu de 7,59% para 7,46%, ainda acima do teto da meta, de 6,5%. Já a mediana das projeções para taxa Selic aponta estabilidade em 14,25% neste ano e caiu de 12,96% para 12,89% em 2017.

Além disso, ainda há muita incerteza no cenário político. Apesar das manifestações desse domingo contra a presidente Dilma Rousseff terem surpreendido pela magnitude, o mercado já contabilizava um protesto popular maciço contra o governo, o que limita o espaço para uma queda maior das taxas de juros, com os investidores aguardando novos eventos que deem força ao processo de impeachment.

Os investidores aguardam a retomada do julgamento do rito do processo de impeachment pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A partir daí, de acordo com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), a Casa deverá levar em torno de 45 dias para analisar o processo. É dentro desse período que o PMDB, principal partido da base aliada do governo, deverá decidir se mantém o apoio à presidente Dilma.

O sócio e gestor da Quantitas, Rogério Braga, lembra que no caso do mercado de juros há outros elementos além do cenário político local que têm contribuído para a queda das taxas longas, como o ambiente de maior liquidez no exterior, com os bancos centrais da Europa e Japão ampliando os estímulos monetários. "O movimento de taxas de juros negativas lá fora deflagrou uma movimento de queda das taxas de juros", diz.

Hoje as taxas dos Treasuries recuavam, com os investidores aguardando a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), que anunciará, na quarta-feira, a decisão sobre a taxa básica de juros nos Estados Unidos.