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Juros futuros de curto prazo sobem sob expectativa de novo governo

26/04/2016 17h00

Os juros futuros com prazos mais curtos fecharam em alta na BM&F diante da expectativa em torno da formação da equipe econômica em um possível governo do vice-presidente Michel Temer.

Notícias sobre a possível escolha do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para a o Ministério da Fazenda e de uma eventual mudança no Banco Central, incluindo a escolha de nomes de mercado com perfil mais "hawkish" (mais propenso ao aperto monetário), levaram os investidores a reduzir as apostas em um corte mais forte de juros neste ano, diante de dúvidas sobre a estratégia de política monetária.

Investidores ajustaram as posições à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic nesta quarta-feira.

O DI para janeiro de 2017 subiu de 13,48% para 13,535% no fechamento do pregão regular, enquanto o DI para janeiro de 2018 avançou de 12,72% para 12,78%.

Ao jornal "O Globo", Temer admitiu ter ficado "muito bem impressionado" com a conversa que teve com Meirelles, mas ressalvou que não fez ainda convite formal. Meirelles é visto pelos investidores com um perfil mais ortodoxo que seria capaz de conduzir o ajuste do quadro fiscal, considerado o problema mais sério da economia brasileira.

A escolha de Meirelles aumenta a expectativa em relação a uma possível troca de comando no BC. Quando assumiu a presidência do BC no governo Lula, Meirelles levou para a equipe de diretores do BC profissionais de mercado, que tinham um perfil mais "hawkish".

Essa expectativa em relação à composição do BC em possível governo Temer contribuiu para um movimento de realização no mercado de juros, com os investidores recompondo parte dos prêmios na curva de juros, após a recente queda.

Para Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos, ainda há espaço para uma queda das taxas de juros após a definição da equipe econômica em um eventual governo Temer, especialmente nos contratos mais longos.

O DI para janeiro de 2021 caiu de 12,75% para 12,74%, com o avanço no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. A comissão especial que analisará o impeachment na Casa elegeu seus representantes, com Raimundo Lira do PMDB, na presidência e Antonio Anastasia, do PSDB, como relator.

A partir da instalação da comissão especial, prevista para esta terça-feira, o relator terá dez dias úteis para elaborar um parecer pela admissibilidade ou não do processo de impeachment. O relatório é votado na comissão e, depois, submetido ao plenário. A oposição quer concluir a votação no plenário entre os dias 11 e 15 de maio.