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Dilma conversou pessoalmente com Odebrecht sobre propina, diz revista

03/06/2016 21h31

A presidente afastada Dilma Rousseff teria conversado pessoalmente com o empreiteiro Marcelo Odebrecht sobre o recebimento de R$ 12 milhões em propina em 2014, na época das eleições que resultaram em sua reeleição. A informação é da revista "Istoé".

Segundo a reportagem, Dilma se encontrou com Odebrecht entre o primeiro e o segundo turno do pleito. Ele teria lhe perguntado se "deveria mesmo" efetuar uma doação de R$ 12 milhões "por fora" para o marqueteiro João Santana e o PMDB.

"É para pagar", teria respondido a petista.

A reprodução da conversa - a primeira que indica envolvimento direto de Dilma em um esquema de caixa dois para sua campanha, o que é crime - foi dada por Odebrecht, preso pela Operação Lava-Jato, que fechou acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República.

Aos procuradores, o empreiteiro disse que foi procurado em 2014 pelo então tesoureiro da campanha Edinho Silva, que pediu que, além dos R$ 14 milhões que a Odebrecht já havia repassado oficialmente à campanha, R$ 12 milhões "por fora". Metade serviria para pagar o marqueteiro João Santana e a outra metade seria repassada ao PMDB.

O empreiteiro teria, segundo a delação, se recusado a princípio, e decidido procurar Dilma pessoalmente. A presidente teria então confirmado que ele deveria fazer o pagamento.

Outro lado

O ex-ministro da Comunicação Edinho Silva afirmou que "esse diálogo nunca existiu". "Eu nunca procurei ninguém para fazer doações em caixa dois. Todas as minhas conversas foram para que as doações fossem efetuadas em depósito bancário e todas doações foram declaradas à Justiça Eleitoral."

A presidente Dilma Rousseff tem negado qualquer envolvimento com esquemas de corrupção e afirmou, em entrevista, em maio, ter feito apenas pagamentos declarados a João Santana.