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Gol: 'Não há negociação de controle'

20/06/2016 15h10

A Gol não está negociando nenhuma mudança no bloco de controle da companhia, afirmou nesta segunda-feira o vice-presidente financeiro e de relações com investidores da aérea, Edmar Lopes.

"Não há nada. Nada. Nós dizemos que não há nada, e o parceiro que sempre nos apoiou também tem repetido que não há nada. Tudo é especulação", afirmou Lopes a jornalistas durante teleconferência em que o executivo comentou mudanças no programa de troca de dívida estrangeira -, cuja proposta final para adesão dos bondholders foi estendida, de 22 de junho para 1º de julho, e teve melhoradas as condições com aumento dos valores da permuta.

O executivo afirmou que incluiu uma cláusula na nova oferta que faz referência à mudança no bloco de controle porque era "uma demanda dos bondholders".

Na oferta apresentada hoje, a Gol estabeleceu que, no caso de mudança no controle votante da companhia antes de 2018, os titulares de Novas Notes 2021 receberão um prêmio de 50% do valor nominal das Novas Notes 2021 em circulação, sendo 10% pagos à vista e 40 % pagos em Novas Notes 2021.

Já os titulares das Novas Notes 2028 receberão um prêmio de 50% do valor nominal das Novas Notes 2028, sendo 10% pagos à vista e 40 % pagos em Novas Notes 2028.

"Melhor proposta" e sem limite mínimo

"Essa é nossa oferta final porque é nossa melhor proposta", disse Lopes. "Levamos em conta 100% dos pedidos dos ?bondholders'", afirmou o executivo, que descartou novos adiamentos do prazo.

Diferentemente das outras três oportunidades em que alongou a data para a adesão, proposta em 3 de maio, dessa vez a empresa decidiu mudar as condições de permuta, aumentando o valor pago aos investidores que aceitarem a oferta.

Segundo a Gol, os novos termos representam um aumento com relação à oferta inicial de até 84% para os detentores de notes antigas - que vencem em 2020, 2022 e 2023 - e de até 79% para as notes perpétuas.

A Gol descartou um piso mínimo de adesão para considerar a operação de troca de títulos em moeda estrangeira concluída, disse Lopes.

"Não temos limite mínimo de adesão. Daremos um prêmio se houver uma adesão de 60%. No dia 1º de julho, fechamos a oferta com qualquer percentual de adesão que atingirmos", afirmou. Inicialmente, a Gol havia apresentado a meta de chegar a 95% de adesão.

"Temos que fechar [nossas renegociações de dívida com os credores] até 30 de junho", disse Lopes, referindo-se a outras mesas de negociações, que envolvem dívidas locais no Brasil, com R$ 1,05 bilhão em debêntures com os bancos Bradesco e Banco do Brasil, para os quais a companhia aérea ainda pede uma linha extra de R$ 300 milhões.

A Gol também está renegociando contratos de leasing de aeronaves, com as arrendadores dos aviões e outros fornecedores.

Lopes disse que Gol conseguiu melhorar a oferta aos investidores dos títulos estrangeiros na troca de dívida proposta hoje porque o impacto desse refinanciamento continua sendo mais longo, superior a dois anos.

"Não houve mudança na proposta. É dívida velha por nova dívida, que terá impacto financeiro mais adiante, em dois anos ou dois anos e meio, que é o prazo que precisamos para criar as condições financeiras", disse o executivo.