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Juros futuros caem com cena externa positiva e dado fraco de serviços

13/07/2016 19h31

As taxas dos contratos futuros de juros fecharam em queda nesta quarta-feira com os dados fracos do setor de serviços ajudando a reforçar a expectativa de corte da taxa Selic neste ano. Os investidores repercutiram também as declarações do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, em entrevista ao "Financial Times".



O DI para janeiro de 2017 caiu 13,88% para 13,85%, enquanto o DI para janeiro de 2021 recuou de 12,09% para 12,03%.

Ilan reiterou que espera que a inflação alcance o centro da meta (4,5%) até o fim do próximo ano e destacou que não acha que essa seja o alvo para o Brasil no longo prazo, sinalizando a possibilidade de uma redução mais à frente.

O comprometimento com a busca da meta de inflação tem ajudado a melhorar as expectativas inflacionárias e contribuído para a queda das taxas de juros de longo prazo. O mercado projeta manutenção da Selic no encontro do Copom na semana que vem e 49% de corte de 0,25 ponto na reunião de agosto.

Hoje o dado fraco do setor de serviços ajudou a reforçar a expectativa de corte da Selic neste ano. O volume de serviços prestado no país recuou 0,1% em maio ante abril e 6,1% em relação a maio do ano passado.

Segundo o estrategista da Icap, Juliano Ferreira, os investidores têm alongado as posições no mercado futuro de juros, aumentando as alocações nos DIs com prazos mais longos. Isso ocorre diante de um cenário externo mais positivo, com a expectativa de mais estímulos monetários aumentando a demanda por ativos de maior retorno, e a melhora do ambiente político local.

As atenções dos investidores nesta quarta feira se voltam para a eleição do presidente da Câmara dos Deputados. O presidente interino Michel Temer demonstrou preocupação com a divisão na base aliada devido à multiplicação de candidatos à presidência da Casa.

A candidatura de Marcelo Castro (PMDB-PI), ex-ministro da presidente afastada Dilma Rousseff, para a chefia da Câmara acabou embaralhando um cenário que antes se desenhava como uma disputa entre o centrão, ligado ao presidente afastado Eduardo Cunha, e a antiga oposição ao PT.

Para Ferreira, no entanto, o mercado não espera que a eleição na Câmara possa atrapalhar o avanço das votações das medidas de ajuste fiscal.