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Dólar tem dia volátil, mas fecha em queda e ronda R$ 3,23

03/08/2016 17h56

O dólar fechou em firme baixa ante o real nesta quarta-feira, revertendo a alta de mais cedo, em um pregão marcado pela volatilidade. No fim, a combinação entre maior apetite por risco no exterior, interrupção de saídas de recursos vistas pela manhã e possibilidade de mais ingressos nas próximas semanas com a emissão de US$ 1 bilhão em bônus pela Vale acabou fazendo as vendas predominarem.

O vaivém dos preços ao longo do dia, contudo, foi notável, evidenciando um mercado que parece mais sensível a eventuais correções.

O Credit Suisse chama atenção para "crescentes riscos políticos", fator que pode servir de contraponto ao "call" do banco de um real mais forte. O banco suíço revisou a estimativa para o dólar em 12 meses de R$ 4,00 para R$ 3,60, citando desdobramentos positivos aqui e lá fora, estabilidade do ambiente político doméstico e potencial de fluxos com a regularização de recursos mantidos ilegalmente no exterior.

Por outro lado, o Credit vê chances maiores de decepção do lado político e considera que o Banco Central pode acelerar o desmonte de swaps cambiais tradicionais no caso de uma valorização cambial mais expressiva.

No encerramento, o dólar caiu 0,75%, a R$ 3,2398. A cotação oscilou entre mínima de R$ 3,2388 (-0,78%) durante a tarde e máxima de R$ 3,2919 (0,84%) pela manhã.

No mercado futuro, em que os negócios se encerram às 18h, o dólar para setembro cedia 0,53%, a R$ 3,2720, longe da máxima de R$ 3,3235 alcançada mais cedo.

O operador de câmbio de um banco dealer atribuiu a alta da manhã especialmente à escalada das preocupações fiscais no Brasil, com o mercado reagindo mal à perspectiva de que o governo possa ter mais dificuldades para negociar com o Congresso Nacional medidas de correção das contas públicas. Segundo ele, saídas de recursos contratadas nas janelas de Ptax também deram impulso ao dólar.

Indicadores técnicos apontam mais espaço para o dólar subir do que cair. Leituras do índice de força relativa (IFR) para uma semana, três semanas e um mês estão mais próximas da marca de 30 do que de 70. Níveis mais próximos de 30 sugerem que um ativo - no caso, o dólar - está mais depreciado do que deveria, o que amplia riscos de uma correção para cima.