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Inadimplência do consumidor mostra sinais de desaceleração

09/08/2016 14h11

A inadimplência do consumidor voltou a dar sinais de desaceleração. De acordo com o indicador apurado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o número de pessoas físicas negativadas nos sistemas de crédito atingiu 58,9 milhões em julho, 200 mil menos do que em junho.

Na comparação com julho do ano passado, houve alta de 2%. Apesar disso, a taxa desacelerou pelo terceiro mês consecutivo.

Os dados não levam em consideração a região Sudeste do país por causa da entrada em vigor da Lei Estadual nº 15.659, conhecida como ?Lei do AR', que dificulta a negativação de inadimplentes em São Paulo.

O resultado de julho é "efeito da maior restrição ao crédito, podendo ser um efeito temporário e que não necessariamente está ligado a uma melhoria na capacidade de pagamento dos consumidores", afirma, em nota, Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. "Por ora, é precipitado atribuir os sinais de estabilidade da inadimplência ao desempenho da economia, já que a retomada da melhora do ambiente econômico vem acontecendo de forma tímida, e ainda exigirá tempo para traduzir-se em aumento do emprego e da renda", afirma.

Já conforme os dados apurados pela Boa Vista SCPC, a inadimplência subiu 4,9% em julho sobre junho, descontados efeitos sazonais. Na comparação com o mesmo período do ano passado, há queda de 4,3%. No ano, a inadimplência sobe 2,5% e, em 12 meses, cresce 3,3%.

O birô credita a elevação dos atrasos nos pagamentos das contas em julho à deterioração do mercado de trabalho e à inflação ainda elevada, que contribuem para a piora do orçamento das famílias. Entretanto, a cautela do consumidor, a fraca atividade econômica e a respectiva diminuição do endividamento das famílias têm compensado, em parte, a elevação da inadimplência, em um crescimento menor nas comparações de longo prazo (ano e 12 meses).