IPCA
0,83 Abr.2024
Topo

Juros futuros fecham em alta com investidores de olho em Copom e Fed

30/08/2016 19h01

Os juros futuros seguiram o movimento de ajuste global, sustentado pelo debate sobre qual será o rumo da política monetária americana. As taxas encerraram a sessão abaixo das máximas do dia, mas com uma dose adicional de prêmio de risco, e volume de negócios mais forte do que o observado ao longo do mês de agosto.

Para o diretor de tesouraria vendas do Santander, Luiz Masagão, a alta do dólar e dos juros é resultado de um movimento de "rebalanceamento de riscos", e não de uma deterioração do cenário para emergentes. "Vejo o mercado se adequando ao aumento da probabilidade de haver uma antecipação da alta de juros pelo Fed, o que gera uma reprecificação dos ativos. Mas os fundamentos do Brasil não mudam", diz.

Para Masagão, os investidores estão desmontando posições otimistas para esperar pelos números do mercado de trabalho americano, que saem na sexta-feira e que terão grande influência sobre as expectativas para a política monetária americana. "Esses dados são muito voláteis, mas ganharam muita importância na definição da decisão do Fed de setembro", afirma. "Então, enquanto aguarda, o mercado opta pelo ?risk off' para tentar entender o que está acontecendo", diz.

Mas, para ele, as condições podem seguir favoráveis aos emergentes, em especial do Brasil. "Mesmo que o Fed eleve o juro em 0,25 ponto percentual, o diferencial de juro pago pelo Brasil ainda será muito elevado e atrativo", afirma. "O que vai determinar a continuidade da melhora da confiança, que se refletiu em melhora dos preços de mercado, é a entrega das medidas fiscais pelo governo." "Com o impeachment, o governo perdeu a muleta da interinidade e vai ter que entregar as medidas. O mercado será mais impactado por esses fatores", diz.

O mercado aguarda também a conclusão da reunião do Copom. O consenso é que a taxa Selic permanecerá inalterada em 14,25%. Mas se vê ainda pouco espaço para que a autoridade monetária sinalize desde já um corte de juros em outubro. Isso, por causa das incertezas sobre o fiscal e também pelo quadro inflacionário, que ainda não evoluiu tão favoravelmente como se deseja.

Na BM&F, o DI janeiro/2018 fechou com taxa de 12,78%, ante 12,79% ontem. O DI janeiro/2019 subiu de 12,25% para 12,26%. E o DI janeiro/2021 terminou o pregão com taxa de 12,16%, ante 12,09% ontem.