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Dólar fecha em alta com correção e cautela antes do Fed

19/09/2016 17h30

Depois de negociar em queda pela manhã, o dólar reduziu a perda e fechou em alta frente ao real. Investidores aproveitaram para corrigir os preços depois do real ter descolado do movimento no exterior na sexta-feira e fechado em alta frente ao dólar.

O dólar comercial subiu 0,27%, encerrando o dia cotado a R$ 3,2783. Já o contrato futuro para outubro avançava 0,32% para R$ 3,288.

O mercado mantém a cautela antes da reunião do Federal Reserve e do Banco do Japão (BoJ) nesta semana que poderá trazer novas sinalizações sobre a política monetária nesses países.

O Banco Central manteve a oferta reduzida de swaps cambiais reversos e vendeu hoje mais 5 mil contratos, operação equivalente a uma compra de US$ 250 milhões no mercado futuro.

O diretor de Política Monetária do BC, Reinaldo Le Grazie, afirmou, durante evento na Câmara Oficial Espanhola de Comércio no Brasil, que as intervenções pontuais para corrigir distorções no mercado de câmbio são "práticas saudáveis" desde que não alterem a trajetória de longo prazo da moeda.

O diretor do BC ainda defendeu a necessidade de resgatar o tripé macroeconômico e aplicá-lo de forma plena. "Ou seja, nutrir a responsabilidade fiscal, manter o controle da inflação e o regime de câmbio flutuante", afirmou.

Intervenções cambiais

A autoridade monetária reduziu para 5 mil contratos o volume de swaps cambiais reversos ofertados na última quarta-feira, após o dólar ultrapassar o patamar de R$ 3,30.

Em 11 de agosto, o BC chegou a aumentar o volume de contratos de swap cambial reverso para 15 mil contratos após a moeda americana ter renovado a mínima no ano e alcançado o patamar de R$ 3,1315.

A alta do dólar na semana passada levou o mercado a apostar que o BC poderia até interromper os leilões de swap cambial reversos se o dólar continuasse com o movimento de valorização frente ao real.

O BC tem usado os contratos de swap cambial reverso para reduzir o estoque dos contratos de swap tradicional. O próximo passo discutido pelo mercado é o nível ideal de reservas internacionais, que hoje soma US$ 377,143 bilhões.

Reservas internacionais

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou hoje que a crise cambial desapareceu da perspectiva brasileira por causa das reservas internacionais.

Apesar do nível de reservas ser um colchão de proteção contra choques externos, o comportamento do câmbio também vai depender do cenário doméstico, especialmente do avanço na agenda de ajuste fiscal.

Ajuste fiscal

Meirelles disse, nesta segunda-feira, que estima que a PEC 241, que limita o aumento dos gastos do governo à inflação do ano anterior, seja aprovada ainda este ano. A medida é vista com fundamental para a retomada da confiança no ajuste fiscal e para o equilíbrio das contas públicas.

Após a ameaça de pelo menos 14 Estados decretarem calamidade das finanças públicas, Meirelles afirmou hoje que existe demanda para os Estados tomarem empréstimos com aval da União no valor de até R$ 20 bilhões ainda este ano.